segunda-feira, junho 06, 2005

Chega, Robinho!

Na Copa de 2002 eu dizia que a zaga do Brasil era formada por Moe, Larry e Curly, e que a Seleção jogava com três zagueiros para ver se, juntando os três, a gente conseguia ter pelo menos um de bom nível. Lúcio, Roque Júnior e Edmilson, e ainda um tal Anderson Polga, deram a sorte de jogar em uma época onde o Brasil produziu brilhantes jogadores do meio de campo pra frente, mas ao mesmo tempo gerou cabeças-de-bagre como há muito não se via, do meio de campo para trás. Esses três fazem parte de uma geração que consagrou o futebol como um esporte imprevisível: enquanto craques e semi-deuses da bola como Falcão, Zico, Leão, Toninho Cerezzo, Sócrates, Luizinho, Júnior, Leandro, Reinaldo, entre tantos, não conseguiram sequer chegar a uma final de Copa, Cafu jogou três finais e pode chegar à quarta, Emerson é titular absoluto de Parreira e Marcos, uma reedição esverdeada de Valdir Perez, foi campeão do mundo. O melhor do jogo contra o Paraguai não foi a razoável exibição do Brasil. Sim, razoável porque, convenhamos, o time do Paraguai é medíocre. O melhor do jogo foi a expulsão do Lúcio, o que nos livra, pelo menos por uma partida, do seu futebol tacanho, e nos permite ver um pouco de futebol de verdade com Juan, um jogador com muito do estilo tranqüilo do injustiçado Luizinho que, além de tudo, enterrou de vez a possibilidade de zagueiros com nomes no diminutivo a despeito do futebol jogado com letras maiúsculas. Outra coisa: as pedaladas de Robinho começam a enjoar. Me fazem lembrar do Denílson, aquele eterno futuro gênio que se consagrou na seleção pulando na lateral do campo fazendo aquecimento e que entrava faltando 20 minutos para o fim do jogo, conseguindo a unanimidade enquanto estava fora e a mediocridade absoluta enquanto estava dentro do campo. Ao invés da inútil “fica Robinho”, lanço a campanha “chega, Robinho”. Chega de pedaladas. Contra a Argentina, prefiro gol de bicicleta.

Ainda a zaga

É impressionante a crônica incapacidade dos zagueiros brasileiros em relação ás bolas altas na área. Parece um problema sem solução. Houve um tempo em que os goleiros brasileiros não sabiam sair do gol. Melhoraram. Será que um dia vai surgir um zagueiro que saiba jogar pelo alto?

Descansa logo, Ronaldo!

Que me perdoem alguns, mas o Ronaldo, o gordinho, é o dono absoluto da camisa 9 do Brasil. Não tem pra ninguém. A seleção é ele e mais 10. Ninguém é insubstituível uma ova. Impressiona a diferença dele para os demais atacantes. Se estiver muito gordo, usa uma cinta e entra em campo.

Cafu volta

Outro que parece não ter substituto é Cafu. Mesmo sem nunca ter aprendido a cruzar, não tem nenhum lateral (ou ala, como queiram) capaz de substituí-lo à altura. Cicinho e Belletti são seis e meia-dúzia, respectivamente.

Kaká

A pergunta que não quer calar: Kaká é um novo Raí? E-mails pra coluna, por favor.

O meu Brasil x Argentina

Foi o 0 x 0 na Copa de 78, onde ficamos com o título de Campeões Morais. E o seu?

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