segunda-feira, setembro 05, 2005

Um Pouco de Caldo de Galinha

Está tudo certo. O Brasil é o único país a jogar todas as Copas. Vem aí mais uma. Todo mundo tirando as bandeiras do fundo das gavetas, comprando camisa amarela, boné e bandeirola para enfeitar a rua. Tem gente que já encomendou a carne do churrasco. Uma festa que já começou domingo em Brasília. Apresentação brilhante da Seleção, em 28 minutos. Depois... Uma preguicinha... Também, cá pra nós. O time do Chile não assusta ninguém. É ruim de doer. Ainda teve o Salas, o único jogador deles que já fez gol na gente, fora de campo, machucado. Uma classificação tranqüila, fácil, relaxante. Quase um spa. Opa! Sabia... Eu e minha mania de ser mineiro... Não tá fácil demais, não? Vamos lembrar de algumas coisas. Não, não vou a 1950, pode deixar. Vou ao México. Em 1970 o Brasil não acreditava na seleção. Muita gente até torcia contra. A Seleção do Tri saiu de casa com desconfiança e voltou nos braços do povo. Já em 82 o Brasil era imbatível. Leandro, Luizinho, Júnior, Falcão, Cerezo, Sócrates, Zico, Éder. Certo, tinha o Serginho e o Valdir Perez, ai, ai, ai. Íamos só receber as faixas. Mas Paolo Rossi deu três pedradas no canarinho, que voou pra casa mais cedo. Corta para 94. Seleção do Parreira, desacreditada. Classificação sofrida. Jogos nhémnhémnhém, muito sofrimento e a genialidade de Romário deram o título que, se bobear, a gente nem merecia. Vamos a 98, Brasil direto na Copa. Ronaldinho, Rivaldo, Roberto Carlos. Era fácil. Moleza. Ronaldinho teve piripaque (dizem), e Zidane foi coroado Rei. Corte pra 2002. Família Scolari. Criticadíssimo. Classificação na última rodada das Eliminatórias, vitória sofrida sobre a Venezuela. Rivaldo, bichado. Ronaldo, acabado. Marcos, frangueiro. Lúcio, cabeça-de-bagre. Brasil vence tudo e todos, é campeão. Penta. Agora, 2006. Tá muito fácil. Quarteto, quinteto mágicos. Pedalada. Musiquinha da Globo em setembro. Calma lá. Mais devagar, por favor. Não vamos nos esquecer do tangazzo das Eliminatórias. E que, como mostrei aí em cima, quando vamos bem nas Eliminatórias, vamos mal na Copa. E vice-versa. Sim, somos os melhores. Os mais talentosos. Geniais. Mas isso aí é futebol, e nem sempre vence o melhor. Ainda temos o Lúcio em campo, e isso é preocupante. Nada de soberba.

E agora, Parreira?

São cinco, cabem quatro. Ronaldo, Ronaldo Gaúcho, Robinho, Adriano, Kaká. Azar o do Parreira. Os cinco em campo? De repente, quem sabe. Parreira tem três jogos para brincar com isso esse ano, e vira o ano decidido. Se bem conhecemos o Parreira, sai o Robinho. Que vai ficar entrando no segundo tempo. Aposto. Parreira é Parreira.

Lúcio, Juan e Roque Júnior

Pelo visto, vamos ter que aturar Lúcio e Roque Júnior de novo. Mas que o Juan é melhor que os dois juntos, é. Vamos acender umas velas até a Copa. Quem sabe Juan ganha a posição até lá e nos livra, pelo menos, de um dos outros dois?

Laterais, porque ala é frescura

Cafu, Cicinho, Roberto Carlos e Gilberto. Ou Gustavo Nery. Ou qualquer outro, porque abaixo do Roberto Carlos, na esquerda, tanto faz.

E o Rogério Ceni, hein?

Não sei se porque o Dida é meio desengonçado, mas ainda prefiro o Rogério Ceni. Sei lá. Acho que ele tem jeito de líder e é um baita goleiro. Mas o Parreira implica com o rapaz.

Brasil x Sevilla

Detesto jogos da Seleção contra esses times. Não acrescentam nada, trazem risco aos jogadores e são sempre em horários que a gente não pode ver.

Brasileirão

Amanhã começa, de verdade, o segundo turno. Uma semana de descanso, e agora é pega pra capar. O jogo a ser observado é Corinthians x São Paulo. Outro: Cruzeiro x Fluminense. Podem decidir quem se mantém com chances ou não.

terça-feira, agosto 30, 2005

Estréia o Show de Bola

Segunda-feira, dia 5, na Estação FM - 101,3 estréia o Show de Bola.
Com apresentação de Thesco Silva e participação de André Gonçalves, Fábio Lima, Miro Freitas e Chagas Botelho, o Show de Bola vai dar uma geral, todos os dias, no esporte local, nacional e internacional. Futebol, Vôlei, basquete, Tênis, Futebol Amador, Automobilismo e tudo que seja esporte vai estar na pauta do Show de Bola. Entrevistas, notícias e tudo, tudinho do esporte, com qualidade de som digital.
Show de Bola estréia segunda, dia 5, às 8 e meia da noite, na Estação FM - 101,3.

Robinho decepciona Real Madrid

Quem dera o título aí de cima fosse verdade. Porque eu não sei se fico alegre ou triste com o sucesso de Robinho logo na estréia, no Real Madrid. Sinceramente, de repente podia até ser bom que o menino não se desse muito bem e pedalasse de volta para casa. E fosse possível a nós, simples mortais, ver, aos domingos, o moleque aprontando das suas aqui mesmo, em nosso quintal. Fazer o quê. Tá na cara que dificilmente Robinho deixa ser consagrado melhor do mundo. Ainda mais que o planeta bola tem capital na Europa. No Santos, Robinho nunca seria o melhor do mundo. Dificilmente se tornaria um popstar mundial. E, convenhamos, no futebol, hoje, não basta ser campeão do mundo, jogar na Seleção Brasileira ou ficar rico. É preciso ser “galáctico”. Deveria, quem sabe, ser criada uma nova categoria no futebol, que ficaria assim: Infantil, Juvenil, Júnior, Profissional e Pop Star. Não sei aonde vamos parar. Já são mais de 850 brasileiros jogando mundo afora. Todo dia vai mais um. Fred foi o último. Aos 21 anos, antes que o Brasil tivesse a chance de aprender a gostar dele. Isso está ficando muito chato. Vai chegar o dia em que o torcedor brasileiro vai preferir ficar em casa, assistindo aos jogos do Espanhol, do Italiano, de graça, pela tv, a ir ao estádio pagando 20, 30 reais para assistir o terceiro escalão do futebol brasileiro. Esse dinheiro faz falta para a cerveja, que fica muito mais gostosa com pedaladas de tira-gosto. Hoje, o torcedor, com cada vez mais raras exceções, só tem canela-dura para acompanhar o chopp. Já passamos pelo ciclo do Pau Brasil, pelo Ciclo do Café, pelo Ciclo da Borracha, pelo Ciclo do Ouro. Agora, pelo Ciclo da Bola. Já sabemos onde essa história acaba. Somos, sempre, apenas exportadores de matéria-prima. Ainda vamos pagar caro por isso. Como sempre.

Santos Líder

O Santos assumiu a liderança do Brasileiro. Mas a vitória sobre o Coritiba não pode ser considerada uma prova de credenciamento ao título. O Coritiba não vem bem, e o time da Vila não é o que jogou. Contra o Atlético Paranaense, em Curitiba, as coisas devem apertar. Geovani é o craque do time, agora. Geílson? Só ficando de olho. Pode ser fogo de palha. É cedo para dizer.

Timão joga amanhã

Ao invés de descansar para buscar a volta à liderança, o Timão pega o tinhoso Goiás pela Sul-americana, amanhã. Márcio Bittencourt não decidiu se vai jogar com reservas. Na próxima rodada do Brasileiro, pega o São Paulo. Precisa ganhar, ou corre o risco de ficar cinco pontos atrás do líder, diferença perigosa em campeonato tão equilibrado.

Rogério Ceni

Se alguém pode fazer o São Paulo chegar entre os dez, é ele. Junto com Amoroso. Cicinho, por mais que tenha seguro, está doido para chegar o fim do ano. Joga o Mundial e adeus. O resto é tempo perdido.

Basquete

É bom ver o basquete renascendo. Tomara embale de vez, e volte a nos dar tanto orgulho quanto antes. O Brasil precisa.


Seleção Brasileira

Ganha do Chile e carimba passaporte para a Alemanha. Sem sustos e um tanto quanto sem graça. Todo mundo já tá de olho é na Copa. Faltam 283 dias.

segunda-feira, agosto 08, 2005

A Eterna Privação do Zagueiro Absoluto

Não vou mentir que é bom assistir a um jogo que termina 5 a 4, como o último Atlético Paranaense e Cruzeiro. Ou um 7 a 2. Ou um 4 a 4. Gol é sempre bom de ver, seja de canela, de cabeça, de placa e, até, gol contra, como os cheios de classe gols contra de Júnior Baiano. Mas que é estranho, já que se trata do Brasileirão, convenhamos, é. Do jeito que vai, a gente vai acabar mal-acostumado. É interessante observar esse fenômeno que vem acontecendo no Brasileirão deste ano. Muitas goleadas, algumas delas históricas, outras, digamos, histéricas. Muitos empates de 2 a 2, 3 a 3, 4 a 4. Enfim, uma saraivada de gols a cada rodada. Então, das duas uma: ou o Brasil voltou a fabricar craques em profusão do meio campo pra frente, ou continua fabricando pernas-de-pau em série do meio de campo para trás. Fico com a segunda opção, agravada, ainda, por mais um fator: o entra e sai de técnicos. Foram 17 trocas, em menos de 20 rodadas. Isso significa menos organização tática, menos treinamento, uma certa displicência e, o resultado, é gol de todo jeito. Pena que boa parte deles venha em função dessas deficiências aí de cima. Ah, tá certo... O gol, evidentemente, é fruto de uma falha. Se o futebol tivesse um time perfeito, esse time não levaria gol nunca. Mas é gol demais. É pênalti demais. É furada de zagueiro demais. É lambança demais. Nos ataques, salvo uma ou outra exceção como Fred, Tevez e mais um ou dois, e olhe lá, não há nenhum atacante que nos faça crer que essa chuva de gols, com mais de 3 por jogo, em média, signifique excesso de qualidade nos ataques. Ao contrário. Vemos jogadores que, em outros tempos, seriam considerados medíocres, na liderança da artilharia e fazendo gols a cada rodada. Pena. Porque isso só nos faz crer que, apesar de assim termos um campeonato equilibrado e imprevisível e, portanto, com boa dose de emoção, teremos de aturar por um bom tempo esta certa “eterna privação”, como disse o genial Luis Fernando Veríssimo. E um certo Lúcio como principal zagueiro da Seleção.

Corinthians

A sorte parece que grudou no Corinthians. Conseguiu sair de uma ponta da tabela à outra e, na última rodada, uma feliz (para os corintianos) combinação de resultados manteve o time paulista na liderança. Se não houver nenhuma surpresa nas próximas 5 ou 6 rodadas, deve permanecer por lá. Depois, só Deus sabe.

Visitante Abusado

O Fluminense é o time que mais pontos fez fora de casa no Brasileirão: 18. Além disso, está há quatro rodadas sem perder. A torcida acredita que o time vá voltar a disputar o título. Até pode. Só precisa aprender que os pontos em casa valem ouro: só ganhou 13 até agora.

Paraná

Devagarinho, devagarinho, o Paraná Clube chegou no clube dos lideres. É o time que menos perdeu no campeonato, ao lado do Cruzeiro: 4 vezes.

Atlético MG

Marco Aurélio pode dar ao Galo o equilíbrio que o time não acha para sair da situação de vexame em que está. O time, no papel, não é ruim. Vamos ver nas próximas 5 rodadas. Se não sair até lá, dificilmente vai conseguir depois.

Equilíbrio

Apenas 4 pontos separam o líder Corinthians do nono colocado, Cruzeiro. Desde que o Brasileirão passou a ser em pontos corridos, é um dos mais equilibrados. Bom para testar o coração dos torcedores.

Botafogo

Disposto a acabar de vez com o título de cavalo paraguaio do campeonato, o Botafogo joga amanhã com o Cruzeiro, no Mineirão. Jogo bom de observar.

Colorado pega o líder

Amanhã, também, Inter e Corinthians jogam praticamente pela liderança. Deve ser o jogo da rodada.

E o São Paulo, hein?

O campeão da Libertadores em 18º lugar. Será preguiça?

terça-feira, julho 26, 2005

O melhor jogo de todos os tempos desta semana

Existem vários tipos de jogos de futebol. Os decisivos. Os amistosos. Os “chatos pra caramba”. Os “Deus me livre”. Os “agora vai”. Os “o melhor jogo de todos os tempos” (que são raros, devendo acontecer uma vez a cada dois anos, em média). Os que entram para a história, mesmo não sendo o melhor de todos os tempos. Os inacreditáveis. Os bisonhos. Os “decisão antecipada”. Os “o melhor jogo do campeonato”. Pois bem. Imagino que o Corinthians e Cruzeiro, desta quarta-feira, pode se enquadrar em algumas categorias. Talvez, entre os “melhor jogo do campeonato” e “agora vai”. Pensemos. O Corinthians vem embalado e em busca da liderança, o que seria uma reação espetacular. O Cruzeiro, que também começa a embalar e é a equipe que menos perdeu no Brasileirão, com um Fred que parece ter reencontrado o cheiro do gol e se destaca entre os medianos cruzeirenses. Na modesta opinião deste escriba, esse jogo tem cheiro de jogão. Quem vencer pode estar selando o passaporte definitivo para o “país” dos favoritos ao título, fazendo companhia à Ponte Preta, que vamos ver como se segura ao perder o técnico Vadão, e Internacional, que de vez em quando tropeça mas ainda não pegou o elevador para o andar de baixo e parece que também fica lá no alto. Melhor ainda se o Cruzeiro colocar em campo o menino Kerlon. Menos pela sua jogada da foca, mais pelo visível talento deste menino que tem tudo para ser bem mais do que um malabarista da bola. Se Kerlon conseguir dar em Mascherano e em Tevez o baile que deu nos jogadores do Santos, tem de ser titular. E, logo, vai estar na Seleção principal. Enfim, um jogo de dois sérios candidatos ao título. Andei desconfiando do Cruzeiro, mas sinto cheiro de mineirice no ar. Sempre acreditei no Corinthians, mesmo no meio da Já Era Passarela. São meus dois candidatos ao título, hoje. Vai ser um jogão.

Fluminense x Botafogo

Parece que não é desta vez. Fluminense e Botafogo começam a comprovar a teoria dos que diziam que eram “cavalos paraguaios”. O Fluminense já é oitavo, o Botafogo só é quarto pela inconstância dos que vêm logo atrás. Pelo visto, esse vai ser mais um ano negro para o futebol carioca.

Asco da Gama

Com uma defesa que leva 32 gols em 14 jogos, não há time que resista. O Vasco corre sério risco de rebaixamento. É preciso que resolvam contratar alguém que não seja “peixe” do Renato Gaúcho antes que o bacalhau vá de vez para o brejo.

Flamengo

O outrora mitológico rubro-negro corre o risco de virar só um mito, mesmo. Se bobear, vamos ter clássico na Segundona. O time do Flamengo é uma ficção. Time em que um Jean é craque e Júnior Baiano é capitão merece cair, mesmo.

Verdão amadurece

O Palmeiras ameaça reagir. Se der tempo, pode chegar. Leão tem estrela e, mesmo que não consiga o título, vai dar trabalho. Olho no Verdão.

Novela Robinho

Quer saber? Já encheu. Como se fala “pedala, Robinho” em espanhol? E-mails para a coluna, por favor.

Galácticos

Esse mundo está perdido: em excursão “caça-níquel” (só que em Euros), os Galácticos perderam para o Verdy Tókio, que levou 23 gols em 4 jogos e é o penúltimo no Japonesão.

Fórmula Alonso

A Fórmula 1 parece já ter campeão em 2005. Ufa, não é o alemão. Mas e o Rubinho, hein? Vai parar quando, mesmo?

Lance Armstrong

Sete vezes campeão da Volta da França, sobrevivente do câncer. Hollywood já deve estar de olho.

segunda-feira, junho 27, 2005

O Lúcio é sabotagem



Grosso modo, podemos dividir em três grandes escolas o futebol mundial: a habilidosa e técnica escola brasileira, a raçuda e quase técnica escola sul-americana em geral (hoje restrita à Argentina) e a aplicada e desabilidosa escola européia. E, desde as últimas Copas, algumas sub-escolas vêm se firmando. Ainda no pré-primário, mas chamando atenção: a escola do futebol irresponsável africano (cujo grande representante vem sendo a Nigéria), e a dos vara-paus nórdicos, antes restrita a Suécia, Noruega e afins, agora engrossada pela Alemanha, que está numa transição entre a escola dos aplicados e desabilidosos e virando a mais forte dos vara-paus. Aliás, se eu fosse presidente da CBF, iria proibir que jogadores brasileiros fossem jogar na Alemanha até que eles reaprendessem minimamente o que é um passe e tivessem com o Beckenbauer umas aulinhas básicas tipo: “uma bola é redonda” ou “como chutar e enxergar ao mesmo tempo”. Daí que não achei muita vantagem nem o Brasil ganhar de 3 a 2 deles, nem aquela jogada do Robinho onde dois vara-paus trombaram dentro da área. Agora, vem a revanche contra Los Hermanos. Por mais que não se queira, um novo jogo contra eles tem ar de revanche. E aí, o perigo: se o Brasil ganhar, vem aquela sensação de que tudo está arrumado, que o Parreira não é teimoso, que o Émerson é gênio, que Ronaldinho “Cabelo Medonho” Gaúcho finalmente “desRivaldizou” e que Ronaldo não faz falta. Vamos botar as barbas de molho. A Copa das Confederações, que muita gente acha inútil, é utilíssima. Entre outras coisas, para percebermos que, se somos mesmo os melhores no papel e na bola, os vara-paus estão aí, mordendo nossos calcanhares e sabotando nossa seleção. Ou você acha que o Lúcio joga lá à toa?


Ponte Preta líder

Algumas colunas atrás eu disse pra ficarem de olho na Ponte Preta: lá está a Macaca na ponta da tabela. O Botafogo parece que perdeu mesmo o fôlego e vem descendo a ladeira. O Fluminense respira e barrou momentaneamente a subida do Corinthians, o Santos se segura entre os primeiros e O Cruzeiro vem mostrando não ter time pra chegar entre os cinco. O Inter, devagarzinho, vem chegando. O Brasileirão, repito, começa na décima rodada. Tudo pode mudar.


Copa do Brasil

A Copa do Brasil tem mostrado que o mapa do futebol brasileiro anda meio torto. Times da segunda divisão vêm obtendo bons resultados e sendo campeões em cima dos “grandes”, e muitos “grandes” mostram que tem time pra brigar, e olhe lá, pelo título da Segundona. Tem gente que acha isso um absurdo. Eu acho ótimo. Parabéns ao Paulista.

Robinho

Robinho ainda não é Robinho. Mas vai chegar. Para ele, a melhor coisa foi a Copa das Confederações. Vai chegar na Copa pronto para brilhar.


Libertadores

O “absurdo” Atlético Paranaense está quase lá. O São Paulo também. Não ia ser nada mal uma final entre os dois.


Sharapova

Quem aquele juiz acha que é para proibir a Sharapova de dar seus gritinhos e gemidinhos? O Clóvis Bornay?

Brasil x Argentina

Vai dar Brasil. Se não der, podem mandar e-mails. Mas deixem mamãe fora disso.

segunda-feira, junho 20, 2005

As chuteiras de volta, por favor.

Como todo mundo, tive algumas decepções nessa vida. Foi muito triste quando descobri que Papai Noel não passava de personagem de propaganda.
Foi triste descobrir que Garibaldo era só um boneco com alguém dentro, que não dava para ir de ônibus ao Sítio do Pica-Pau Amarelo e que meu talento de meia-esquerda só seria o suficiente para jornadas “memoráveis” na gloriosa Portuguesa, time de várzea dirigido pelo saudoso Rossi, em BH, onde tive um dos mais pífios retrospectos da história do futebol: uns 30 jogos, uma vitória de um a zero, dois empates e, de resto, só derrotas. Uma, inclusive, de 12 a 1. Com gol meu, vá lá, que cheguei a ser artilheiro do time. Grande vantagem. Dá para imaginar o resto do elenco. Mas uma decepção que ainda hoje me marca foi quando descobri que os Harlem Globetrotters, aquele time americano de basquete que vi, uma vez, fazendo malabarismos incríveis com a bola, jogavam contra um time que era contratado por eles. Quer dizer: eles são geniais, mas aquilo não era um jogo pra valer. Era um teatro. Um espetáculo que, na prática, não valia nada. Custei a entender: para mim aqueles jogadores incríveis estavam disputando algo e quebrando toda a lógica do esporte, ao inventar jogadas e humilhar os adversários com todo tipo de drible. Nunca me refiz. Lembrei disso porque li, em algum lugar, Robinho, Kaká e Ronaldinho Gaúcho sendo chamados de “Globetrotters”. Certo, não se pode duvidar da capacidade desses brilhantes jogadores. Mas não esqueçam de avisar aos outros times para darem uma ajuda. Não gosto de futebol feio. Gosto de dribles, de talento esparramado pela grama. Mas é preciso cuidado. Não se deve confundir bela exibição com exibicionismo. Falta um ano para a Copa. Dá tempo desse time, que pode ser brilhante, entender isso. Ainda. É só tirar as sapatilhas e voltar a calçar chuteiras.


Ronaldinho Gaúcho x Rivaldo

Rivaldo poderia ter sido um dos grandes craques da história da Seleção Brasileira. Quase foi. Mas era acometido de uma timidez inexplicável quando vestia a amarelinha. Ninguém entendia. Mesmo assim foi campeão em 2002, apesar de nunca ser, na Seleção, o que era no Barcelona. Ronaldinho Gaúcho, até hoje, fez um gol acidental contra Inglaterra em, 2002, e anda parecendo ter a mesma síndrome de Rivaldo. Será?


Copa do Brasil

Fluminense e Paulista devem fazer um bom jogo na final da Copa do Brasil. O estranhíssimo time de Jundiaí, com um certo Márcio Mossoró, se souber controlar os nervos, como tem feito até agora, tem tudo para ser campeão. O Flu de Abel parece ter subestimado o poder do adversário em Jundiaí e, agora, vai ter de correr atrás. Sinceramente? Imprevisível.


Brasileirão: Fogo baixo?


Botafogo ainda líder no Brasileiro, mas já dá mostras de cansaço. Assim como o Flu, parece não ter elenco suficiente para manter o ritmo até o final. Daqui para a frente, as coisas vão apertar. O Brasileirão começa de verdade na décima rodada.


Corinthians sobe-sobe

Eu avisei: o Corinthians vem aí. O time vem se acertando e tem tudo para brigar pelo título.


Atléticos

Vá entender o do Paraná, “invicto” de vitórias no Brasileiro... O de Minas, melancólico. De dar dó.


O “circo” da Fórmula 1...

Nunca essa expressão foi tão adequada quanto no último domingo...

segunda-feira, junho 06, 2005

Chega, Robinho!

Na Copa de 2002 eu dizia que a zaga do Brasil era formada por Moe, Larry e Curly, e que a Seleção jogava com três zagueiros para ver se, juntando os três, a gente conseguia ter pelo menos um de bom nível. Lúcio, Roque Júnior e Edmilson, e ainda um tal Anderson Polga, deram a sorte de jogar em uma época onde o Brasil produziu brilhantes jogadores do meio de campo pra frente, mas ao mesmo tempo gerou cabeças-de-bagre como há muito não se via, do meio de campo para trás. Esses três fazem parte de uma geração que consagrou o futebol como um esporte imprevisível: enquanto craques e semi-deuses da bola como Falcão, Zico, Leão, Toninho Cerezzo, Sócrates, Luizinho, Júnior, Leandro, Reinaldo, entre tantos, não conseguiram sequer chegar a uma final de Copa, Cafu jogou três finais e pode chegar à quarta, Emerson é titular absoluto de Parreira e Marcos, uma reedição esverdeada de Valdir Perez, foi campeão do mundo. O melhor do jogo contra o Paraguai não foi a razoável exibição do Brasil. Sim, razoável porque, convenhamos, o time do Paraguai é medíocre. O melhor do jogo foi a expulsão do Lúcio, o que nos livra, pelo menos por uma partida, do seu futebol tacanho, e nos permite ver um pouco de futebol de verdade com Juan, um jogador com muito do estilo tranqüilo do injustiçado Luizinho que, além de tudo, enterrou de vez a possibilidade de zagueiros com nomes no diminutivo a despeito do futebol jogado com letras maiúsculas. Outra coisa: as pedaladas de Robinho começam a enjoar. Me fazem lembrar do Denílson, aquele eterno futuro gênio que se consagrou na seleção pulando na lateral do campo fazendo aquecimento e que entrava faltando 20 minutos para o fim do jogo, conseguindo a unanimidade enquanto estava fora e a mediocridade absoluta enquanto estava dentro do campo. Ao invés da inútil “fica Robinho”, lanço a campanha “chega, Robinho”. Chega de pedaladas. Contra a Argentina, prefiro gol de bicicleta.

Ainda a zaga

É impressionante a crônica incapacidade dos zagueiros brasileiros em relação ás bolas altas na área. Parece um problema sem solução. Houve um tempo em que os goleiros brasileiros não sabiam sair do gol. Melhoraram. Será que um dia vai surgir um zagueiro que saiba jogar pelo alto?

Descansa logo, Ronaldo!

Que me perdoem alguns, mas o Ronaldo, o gordinho, é o dono absoluto da camisa 9 do Brasil. Não tem pra ninguém. A seleção é ele e mais 10. Ninguém é insubstituível uma ova. Impressiona a diferença dele para os demais atacantes. Se estiver muito gordo, usa uma cinta e entra em campo.

Cafu volta

Outro que parece não ter substituto é Cafu. Mesmo sem nunca ter aprendido a cruzar, não tem nenhum lateral (ou ala, como queiram) capaz de substituí-lo à altura. Cicinho e Belletti são seis e meia-dúzia, respectivamente.

Kaká

A pergunta que não quer calar: Kaká é um novo Raí? E-mails pra coluna, por favor.

O meu Brasil x Argentina

Foi o 0 x 0 na Copa de 78, onde ficamos com o título de Campeões Morais. E o seu?

segunda-feira, maio 30, 2005

O Maior Campeonato do Mundo

(publicada no jornal O Dia, de Teresina, dia 1º de junho de 2005)

Sou do tempo em que se dizia que o Campeonato Brasileiro de Futebol era “o maior campeonato do mundo”. E não era mentira: trinta, quarenta times jogando entre si, divididos em chaves. Semifinal pra lá, quartas de final pra cá, final em duas, três partidas. Além de um campeonato era, também, uma aula semanal de geografia. Foi através desse “Brasileirãozão” que descobri a existência do Piauí, cujas únicas referências que tive, durante anos, foram o Flamengo e o Tiradentes, que usava uma camisa amarela que eu achava curiosa. Acompanhar o “Brasileirãozão” era ver jogos de times como Bahia, Londrina, Sport, Náutico, Desportiva, Treze e Santa Cruz, entre tantos outros, ao lado dos bambambans Cruzeiro, Atlético, Flamengo, Corinthians, Internacional, Grêmio, São Paulo. Meus times de botão tinham, além das fotos de jogadores que todo mundo tinha, outros menos cotados como Givanildo, pernambucano que chegou à seleção, Beijoca, centroavante trombador do Bahia e Sima, craque piauiense que esteve perto de conquistar o Brasil. O mesmo Sima com quem tive o prazer de jogar algumas peladas anos depois sem coragem de contar que seus toques cheios de categoria se materializavam em uma lente de relógio pintada de esmalte amarelo, ligeiramente lixada na borda para lindos gols de cobertura e passes magistrais de 40 centímetros no meu Estrelão. Meu Sima nunca foi campeão nos meus Brasileirõezões, mas fez incontáveis gols em Valdir Perez, em Raul e em Leão, e esteve na minha seleção brasileira que ganhou a Copa do Mundo do Prédio em jornada memorável, em 1976. A Copa do Brasil, hoje, tem esse ar de curiosidade e traz de volta essas lembranças. Ver Treze da Paraíba vencendo o Fluminense, Ceará jogando pelo empate para ir à final e Paulista de Jundiaí goleando o Cruzeiro me faz questionar o formato do Brasileiro atual, muito moderno e adequado às transmissões de TV, mas aparentemente inadequado ao tamanho continental do futebol brasileiro. Um campeonato onde esses clubes maravilhosos possam mostrar seus craques e suas regiões sem a maldade dos mata-matas pode ser, de repente, uma saída para o futebol brasileiro manter não só os títulos mundiais mas, também, o público nos estádios e mais craques no Brasil. Porque não pensar nisso, pelo menos?

Brasileirão: todos se ajeitando

O Campeonato Brasileiro começa a entrar em uma fase em que se pode ver um pouco melhor quem tem fôlego pra chegar. Meus favoritos? Cobrem no final: Cruzeiro, Inter, Corinthians, Santos (não necessariamente nessa ordem). Correndo por fora, Juventude e Botafogo. Não confio no Fluminense. Botafogo e Juventude correndo por fora? É. Para mim, não são favoritos. E-mails pra coluna. Sem xingar a mãe, por favor.

Copa do Brasil

Apesar das aparências, a situação do Cruzeiro pode ser melhor que a do Fluminense. É mais provável o time azul abrir dois no Paulista no Mineirão do que o tricolor abrir dois no ceará em Fortaleza. Mas vantagem, mesmo, quem tem são os dois “pequenos”. Serão bons jogos, pra ninguém dormir no sofá. E, pelo que vêm jogando, não será surpresa a final sem os dois “grandes”.

Ronaldo: descansa ou não descansa?

Se eu fosse o Parreira, Ronaldo descansava o quanto quisesse. Ele não tem de provar nada, e tem lugar garantido em qualquer Seleção Brasileira. Joga Eliminatórias e vai pra casa, e volta pra Copa.

Não aprenderam a lição ainda?

Será que vai ter de morrer mais um atleta em campo pros “administradores” dos estádios tomarem vergonha na cara?

Brasil x Paraguai

Domingo tem Brasil em campo. Vamos ficar de olho. Brasil já está na Copa, sem perigo. Mas é sempre bom ver, né?

E, pra terminar...

Alguém pode avisar ao Furacão que o Brasileiro 2005 começou?

segunda-feira, maio 23, 2005

No futebol só não existe milagre

Uma das coisas que encantam no futebol, como, na verdade, em praticamente todos os esportes, é a sua imprevisibilidade. É impossível afirmar com convicção absoluta o que vai acontecer durante a hora e meia em que se desenrola uma partida. Muitas vezes um time entra em campo com onze jogadores e mais um, que Nélson Rodrigues (de novo ele) chamava de Sobrenatural de Almeida. Ou, outras vezes, uma equipe pisa no gramado com aparentes onze mas, na verdade, um, ou dois, ou três ou mais daqueles são, apenas, espectros sem nenhum talento, que adotaram a forma do craque e vestem seus calções e chuteiras. Tudo pode acontecer. Porém, e sempre há de haver um, o futebol não vive só de imprevisibilidades. Apesar de mexer com as emoções e, assim como é difícil alguém ver os defeitos de caráter de um grande amor, tornar muito difícil para um torcedor perceber falhas e desacertos de seu time de coração, algumas lógicas tendem a prevalecer. No fim de semana ficou visível aquilo que foi dito antes do Brasileirão e repetido, mesmo com a até então surpreendente campanha de Fluminense e Botafogo: ambos têm elencos limitados e, se não estão descartados da briga pelo título, precisam evoluir com reforços e aprimoramento tático. Os resultados das primeiras rodadas talvez tenham criado uma falsa impressão positiva sobre ambos, assim como uma má impressão, ao inverso, de Corinthians e Cruzeiro, por exemplo. O Fluminense mostrou sua fragilidade ao quase perder a vaga na Copa do Brasil para o modestíssimo Treze. O Botafogo, com más atuações apesar das vitórias, apenas jogou mais mal ainda contra o Goiás. Enfim, se não há nada de sobrenatural na liderança de Santos, Fluminense e Botafogo, nada há de ilógico em verificar que o campeonato está aberto, sem favoritos e que, na verdade, ninguém é de ninguém. Em um campeonato tão longo vale, e muito, a regularidade. E, em 5 rodadas, não dá para mensurar essa regularidade. Óbvio, não vamos considerar a regularidade para baixo de Figueirense e Atlético Paranaense. Porque, se há um muito de imprevisibilidade e, ao mesmo tempo, de lógica no futebol, uma coisa parece que ainda não aconteceu em nenhum campeonato que se tenha visto: milagre.


Juventude: comendo pelas beiradas

Enquanto todas as atenções estão voltadas para os “grandes”, o time gaúcho vai, de mansinho, se colocando entre os que parecem ter boas chances. O time de Ivo Wortmann parece equilibrado e vem se firmando. Dificilmente vai conseguir manter tamanha regularidade. Mas, de qualquer forma, é bom prestar atenção na gauchada de Caxias do Sul. Tevez joga contra o BrasilO argentino Tevez está de volta à seleção argentina, e deve jogar contra o Brasil na eliminatórias da Copa. Apesar da má fase Corintiana, Tevez está voltando a jogar bem, e deve dar muito trabalho à zaga do Brasil.


O Vasco, finalmente, venceu uma

Alex Dias finalmente jogou alguma bola e o Vasco conseguiu sua primeira vitória dentro de campo. Parece até que o pessoal leu o comentário da semana
passada.


Flamengo volta ao normal

Como nos últimos anos: Flamengo perde para o São Caetano e está bem perto da zona de rebaixamento. De novo?


Copa do Brasil

Cruzeiro x Paulista, Fluminense x Ceará. A Copa do Brasil tem lá o seu charme. Semana que vem ela é o assunto. A não ser que aconteça algo de extraordinário até lá.


Rubinho ficou irritado com Shumacher?


Agora? Quase 10 anos depois? Ô, saudades do Senna...

segunda-feira, maio 16, 2005

A Ronaldo o que é de Ronaldo

Há que se ter muito cuidado com arroubos nacionalistas e entusiasmos patrióticos, comuns em nós, brasileiros, em qualquer situação e, especificamente, quando o assunto é futebol. O fato de Ronaldinho Gaúcho ter sido eleito o melhor jogador do mundo e se sagrado campeão espanhol pelo Barcelona não o torna senhor de todos os campos, nem o mestre supremo dos desígnios da bola. É verdade que Ronaldinho Gaúcho está uma centena de dribles à frente de 99% dos chutadores de bola que existem mundo afora. É verdade que, de seus pés, nascem pequenas obras de arte a cada jogo, e que suas pernas escrevem com tinta indelével seu nome no livro dos excepcionais do futebol. Mas há de se convir: Ronaldinho Gaúcho precisa um pouco mais para adentrar, coberto de ouro, o panteão dos semideuses, e se sentar à direita do trono do Senhor, Édson Pelé. Em meio à euforia dos que já sonham peregrinar à Espanha para beijar os pés de Ronaldinho, é bom rever a entrevista dada para o Fantástico e olhar um pouco mais atentamente para os olhos do nosso menino dentuço. Há, dentro deles, uma leve sombra, uma pequena nuvem, que parece denunciar um certo deslumbramento, um certo ar que, nos campos de várzea, se chama máscara. A mim incomodou, por exemplo, o símbolo atual da alegria e malícia do futebol brasileiro usando camisetas e agasalhos onde se lia: Jordan, 23. Uma tentativa de se vender como Michael Jordan do futebol ou descuido de menino distraído? Não, nenhum nacionalismo barato, por favor. Apenas, tentando ler o subliminar nas entrelinhas do midiático. Até porque pode, e deve ser, apenas, implicância, mesmo. Ronaldinho pareceu alegre, óbvio, com a alegria dos vencedores, em nítido contraste com o outro Ronaldo, no mesmo programa, com ar de coqueiro depois de vendaval. E esse contraste serve como recado, aos dois Ronaldos e a nós: o mundo da bola gira na mesma velocidade da vida. E, enquanto há um dia ensolarado em um de seus lados, no outro há uma noite que pode ser fria e sem lua. Parabéns ao menino gaúcho que sonhou em ser rei. Que aproveite seu momento, mas não esqueça: 2006 está aí. E a glória é efêmera como um bolo de chantilly.

Santos: só um tropeção

Ninguém esperava que o Flamengo ganhasse do Santos de Robinho. Mas, para dar uma emoçãozinha no campeonato, o time carioca desbancou os santistas da liderança. Sorte do Santos que tropeçou logo no começo: deve servir para dar mais seriedade ao time. E, ao Flamengo, uma esperança de ser, pelo menos, um figurante digno.

Corinthians vestido de noiva

O Corinthians mostra que não está morto. Fantasiado de Santos ganhou do sofrível Atlético-PR. E promete reforços, na onda do tutu de Kia. Vem aí mais um argentino, o Mascherano, e andam falando em Vagner Love. Precisa de um goleiro, pode ter certeza. Tiago parece promissor mas não está pronto, ainda, para agüentar a pressão Fiel.

O Rio de Janeiro continua indo

Não é nada não é nada, já são quatro rodadas com Fluminense e Botafogo na ponta. Tem quem aposte que os dois vão dar uma de Barrichello e quebrar no meio da corrida. Quer saber? Eu nem digo é mais nada...

E o Vasco, hein?

Alguém pode, por favor, avisar ao Vasco que os quatro últimos colocados vão para a segundona quando acabar o campeonato?

Mundial de Futebol de Praia

Brasil em terceiro. Eu disse: malabarismo demais. França campeã e Portugal, vice, não são melhores: apenas, foram mais sérios.

Cheiro de gol

Fred, do Cruzeiro, parece ter cheiro de gol. Olho nele.

segunda-feira, maio 09, 2005

A Era Passarella é Um Drama Shakespeareano

Dependendo do ponto de vista, o futebol pode ser de uma obviedade extrema ou de uma, como diria Nélson Rodrigues, complexidade shakespeareana. Para os arautos do obtuso, futebol é onze contra onze chutando uma esfera, com o objetivo de fazê-la passar por entre três paus, e cada vez que se consegue isso está feito um gol, e ganha uma partida quem fizer mais gols, e ganha um campeonato quem ganhar mais partidas. Ponto. Mas basta assistir com olhos de sonhador a um jogo de futebol, seja uma pelada de bairro ou uma final de Copa do Mundo, para ver que Nélson Rodrigues, de novo, marcou um gol de placa. Imagine, então, assistindo ao último Corinthians e São Paulo. A ira fantasiada de preto e branco, a alegria tremulando ao vento em faixas tricolores, a glória calçando luvas e subvertendo a ordem ao marcar um gol, a ganância deixando o estádio antes do fim do jogo escoltada por seguranças, o fracasso dando entrevistas abraçado à soberba e inexplicando o explicável, a dor enfrentando cassetetes: tudo, tudo estava dentro do Pacaembu, um estádio como todos os outros que, a cada jogo, se transforma em palco por onde desfilam as emoções humanas. Depois daquele jogo, impossível acreditar que Daniel Passarella vá mais longe no descomando do Corinthians. O Timão já vive a “já era” Passarella. Não dá para prever ainda se Passarella irá levar embaixo do braço, junto aos seus discos de tango, o fraquíssimo Sebá, zagueiro de terceira categoria. Talvez até Tevez, que, ele sim, tinha tudo para ser um ídolo inesquecível, se vá também. Mas Passarella irá. Está escrito nas estrelas. Pode ser antes ou depois da publicação desta coluna, já que o futebol tem razões que a própria razão desconhece. Mas coração de torcedor não se engana, e o coração dos corintianos já bate no ritmo do sofrimento, e o remédio para sofrimento de corintiano, hoje, é sangue de técnico argentino. E, afinal, todo bom drama shakespeareano termina com sangue. Mas, por favor, corintianos, que isso se mantenha em sentido figurado. Vocês são gaviões, mas não animais. De obtusidades o banco do Corinthians já está cheio.

Santos, Fluminense e Botafogo 100%

Todo mundo sabe o risco que é contar com o ovo antes que a galinha se disponha a evacuar os ovos. Mas, com três vitórias, já dá pra começar a acreditar que entre esses aí de cima estão, se não tiver nenhum cavalo paraguaio entre eles, pelo menos dois candidatos ao título. Mais do que os resultados, a forma como vêm jogando já os credencia. Mas, e sempre tem um mas, faltam 39 rodadas.

Ponte Preta, Coritiba, Goiás, Juventude e São Caetano

Convêm ficar de olho nesses aí, e mais na Ponte Preta, que é a quarta colocada. Pode surgir alguma surpresa. A Ponte vem invicta em três rodadas, o que não é pouco para quem todos julgavam fora da briga. Os outros, nada de impressionante. De qualquer forma, estão por ali.

São Paulo, Atlético MG, Palmeiras, Cruzeiro, Flamengo e Vasco

Se dependesse de nomes, estavam entre os primeiros da tabela. Se depender de time, uma remota possibilidade para o São Paulo. Se depender de milagre, aí, meu filho, tudo pode.

Brasiliense, Internacional, Paraná e Fortaleza

Com a bolinha que jogou contra o Flamengo, o Internacional mostra que de candidato a título ele não tem nada. Mas, como sempre digo, faltam 39 rodadas. O resto? Bem, deve ficar por ali, com um ou outro brigando para não cair.

Figueirense, Corinthians, Atlético PR e Paysandu

Se o Corinthians ressurgir das cinzas, pode subir bem. O resto, se conseguir uns pontinhos e conseguir não cair, tá bom demais. Fracos, fraquinhos, fraquíssimos.

Copa do Mundo de Futebol de Praia

Não me crucifiquem, mas acho enjoado. Acho malabarismo demais pra pouca emoção. Mas pode ser que eu não entenda desse treco. Brasil só perde para a soberba. E olhe lá.

segunda-feira, maio 02, 2005

O País dos Desbocados

O Dicionário do Palavrão e Termos Afins, de Mário Souto Maior, lista mais de três mil palavrões em língua portuguesa. Segundo o autor, na França são cerca de nove mil e em alemão quase dez mil. Na verdade, em todas as línguas eles existem aos milhares. Há quem considere que o palavrão auxilia no alívio das tensões e previne o infarto do miocárdio. Cacilda Becker, uma das grandes damas do teatro, dizia: "Quando o palavrão vem dentro do espetáculo e atende às necessidades de esclarecimento do público, faz parte da obra de arte”. Jorge Amado é um dos que mais usa o palavrão em sua obra, e dizem que os motoristas de táxi são os que mais os utilizam. Porém, e sempre há um porém, o palavrão pode ser considerado contravenção. Dito em local público, pode ser enquadrado no Código Penal. Claro, um exagero. Sim, mas e daí? Daí que é impressionante como, no Brasil, estão umbilicalmente ligados o palavrão e o esporte. Não há um só jogo, de futebol, de basquete, de vôlei, em que não se veja, clara e limpidamente, os jogadores se xingando, xingando a digníssima genitora do juiz, a torcida e sabe lá mais quem. No último domingo, o excelente Nalbert, em sua, teoricamente, última partida no vôlei, inaugurou um novo tipo de agradecimento: ajoelhado, uniu as mãos em direção ao teto do ginásio, ou melhor, aos céus, e soltou: “Pqp, meu Deus, obrigado”. Não podemos esquecer de Dunga, imortalizado ao levantar a Copa de 94 enquanto desferia uma saraivada de impropérios a não sei quem. É curioso perceber que hoje, se não se diz mais palavrões do que antes nas quadras e campos, as câmeras os trazem, queiramos ou não, para dentro de casa. Se não há por que, numa atitude puritanista, hipócrita e inócua, condenar o palavrão visto que todo mundo, se não o diz, ao menos o pensa, não há porque deixar de refletir sobre esse costume. Atletas são exemplos e têm uma enorme responsabilidade como ídolos. Não dá mesmo para tentar passar alguns bons exemplos em lugar dos palavrões? Porque, depois, o presidente manda a gente levantar o traseiro e a gente fica achando falta de educação.

Botafogo, já candidato?

A maior surpresa até agora, no Brasileirão, é o Botafogo. De carta previamente fora do baralho, já há quem o coloque como favorito. Duas rodadas, duas vitórias incontestáveis, uma delas contra o poderoso Kiarinthians. Cedo? Pode ser. Mas é bom a concorrência ficar de olho. O time vem jogando bem e acumulando pontos importantes. Se segurar a onda, vira candidato.


Dinheiro na mão é vendaval

Com toda a grana da MSI, o Corinthians não decola. Claro que o full-contact de Tevez e Marquinhos criou clima ruim, mas isso não é desculpa. Um ponto em duas partidas é resultado horroroso para qualquer time, ainda mais com os líderes abrindo 5 de vantagem. De novo, o que todo mundo já sabe: futebol se ganha dentro do campo. O resto é especulação.

Cadê a torcida?

Deve haver um outro jeito melhor de punir um time do que fechar os portões de um estádio. Futebol só existe com gente gritando na arquibancada. Uma punição dessas pune não só um, mas os dois times. Ô, povinho, viu?

Santos ainda o melhor

O Santos parece ser o único que ainda é realmente favorito, ate porque vem jogando bem e fazendo jus às expectativas. Fluminense e Botafogo vão indo bem, Cruzeiro e Atlético-MG ainda precisam fazer mais. Internacional, São Paulo, Corinthians têm de reagir se sonham com algo. O resto, até agora, não mostra ter força. Faltam 40 rodadas.

Ferrari em campanha pela segurança

Rubens Barrichelo e Michael Schumacher participam, dia 5, de uma campanha pela segurança no Trânsito, na Espanha. “Pense antes de dirigir” é o tema. Bacana. Provavelmente, vai mostrar Rubinho andando devagar.

Guga: 110º lugar no ranking

Guga perdeu para Tim Henman na estréia, no Masters de Roma. O brasileiro ainda luta para voltar a ser o nosso velho Guga. Mas, pelo visto, está difícil. Se é que tem jeito.

segunda-feira, abril 25, 2005

Um abraço, meu peixe

Romário nunca foi Pelé. Nem Zico, nem Maradona, nem Garrincha. Romário sempre foi e sempre será, “apenas” (e isso não é pouco), Romário. Tolice compará-lo com quem quer que seja. Romário sempre foi diferente e acima da média dos da sua geração, e é assim que se mede seu valor. Língua-solta mesmo com a língua presa, sempre disse o que quis e ouviu o que não quis. Um tanto quanto mascarado, ou marrento, no Rio de Janeiro e adjacências, Romário sempre foi polêmico e polemista. E, principalmente, Romário sempre conseguiu ser o que dizia ser: craque de bola. Para quem gosta de futebol é ruim ver Romário se despedindo. Mesmo jogando, hoje, como quem chupa manga no quintal, parado, numa preguiça de fazer gosto, é sempre um espetáculo vê-lo dominando uma bola, lançando um companheiro ou, aqui e ali, fazendo gols. Não mais aqueles “gols de Romário”, é verdade, dignos não daquelas assinaturas ridículas que a Globo colocava após os gols da seleção e, sim, de placas comemorativas nos estádios mundo afora. Mas, ainda, gols de Romário. Os últimos gols de Romário são os últimos gols de um dos últimos craques “românticos” do futebol. Que, grande paradoxo, foi um dos primeiros a consolidar o marketing como décimo-segundo jogador de qualquer time. Dizem que essa despedida, amanhã, é uma bela homenagem. Não acho. Simplesmente por ter carregado nas costas a seleção bocejante de Parreira em 94 e ter trazido, senão sozinho, quase, essa Copa, Romário merecia mais do que uma despedida contra a Guatemala, jogando em uma seleção B do Brasil em jogo para a Rede Globo. Merecia Maracanã lotado, contra a Argentina, contra a Alemanha, com Ronaldos e outros craques de verdade em campo, de um lado e de outro. Talvez esse seja um jogo de simbolismos, de sinais: um deles de que o futebol vai ser cada vez mais um espetáculo que depende do marketing, onde interessa menos o talento de quem está em campo do que a cor da chuteira que é última moda em Madrid. Outro sinal é Romário sair e deixar Robinho em campo. Sinal de que o talento não morre: mesmo que queiram matá-lo, ele reaparece em algum lugar. Que este prevaleça. E um abraço, meu peixe.

Brasileirão: nenhum carioca deu vexame

Quando todo mundo esperava um vexame carioca logo na primeira rodada, boas surpresas. O Fluminense ganhou com autoridade do favorito São Paulo, o Botafogo encaçapou o Inter em jogo de times iguais, o Flamengo (tido como provável saco de pancadas do ano) conseguiu segurar o mediano Cruzeiro e até o Vasco, depois do vexame contra o Baraúnas, empatou com o perigoso Brasiliense. É bom lembrar que, apesar de tudo, isso não quer dizer nada: são 41 rodadas, e os cariocas têm, sim, times muito fracos. Bom começo. Mas é preciso mais para sonhar com alguma coisa.

Paulistas: só Santos justifica favoritismo

O destaque dos paulistas, fora a já esperada vitória do Santos, foi o bloqueio do jogador Betão, do Corinthians, que, depois do lance, já anda sendo observado por Bernardinho do vôlei. Dizem que é influência da argentinização do “Timón”. Tevez, aliás, fez belo gol, no empate decepcionante com o Juventude. O São Paulo tropeçou, com direito a meio-frango de Rogério Ceni. O Palmeiras nem venceu, nem perdeu, nem convenceu nem decepcionou: empate com o São Caetano, em jogo bem igual. E a Ponte Preta surpreendeu o Atlético Paranaense, em Curitiba, e merece atenção.

Cruzeiro não se esquece do Ipatinga

O Cruzeiro parece ainda abalado com a perda do Campeonato Mineiro: jogando pouco, não passou pelo fraco Flamengo. Pelo menos, foi fora de casa. O Atlético surpreendeu: sapecou 4 no Figueirense e começou líder. Fogo de palha ou competência? Mais 40 rodadas e a gente vê.

Favoritos à Segundona

Os favoritos à descida começaram justificando seu “desfavoritismo”: Paysandu, Fortaleza e Paraná, junto com o Figueirense, começam já precisando reagir. Mais duas desse jeito e o poço fica aberto.

Grêmio arranca para a Terceirona

Por falar em Segundona, e o Grêmio, hein? Já começou dando cotovelada e pedindo a lanterna. Candidato a descer de novo? Inveja do Fluminense? Já o Bahia promete brigar pela volta à Primeirona. Vamos ver no que vai dar.

Caramba, lá vem o alemão

Por mais que mudem o regulamento, não tem jeito: Schumacher é craque e ponto final. Pode até ser que Alonso e “le bleu” da Renault cheguem lá. Mas agora que o alemão tem linha direta com Deus via Bento XVI, quem vai segurá-lo?

segunda-feira, abril 18, 2005

Racismo ou Oportunismo?

Ainda é tempo de dizer: não me decidi se considero o caso Desábato-Grafite um exemplo de atitude oportuna ou oportunista. Por um lado acho que foi oportuna. É crescente e um tanto quanto assustadora a onda de manifestações racistas que vêm acontecendo mundo afora, especialmente nos estádios de futebol. É preciso barrar essa meia dúzia de imbecis que gritam palavras de ordem dignas de membros da Ku Klux Klan e seu preconceito do século 19 em pleno 2005. Uma tomada de posição clara e objetiva pode, sim, se tornar um exemplo e sinalizar um caminho para os que ainda não sabem como tomar uma atitude. Por outro lado, me incomoda esse aparente oportunismo. Duvido que se Desábato fosse um jogador brasileiro e dissesse as mesmas coisas em bom português para Grafite, tivesse acontecido a mesma coisa. Esquecer que o Brasil tem manifestações racistas escondidas sob o hipócrita véu da cordialidade é um perigo. Coisas idênticas às ditas por Desábato são ditas todos os dias nos campos, nas praias, nas empresas, e não acontece absolutamente nada. E me soa engraçado que um promotor que estava em casa, vendo a partida, tenha tomado tal atitude simplesmente por ter se incomodado com o que viu. Fosse assim, Edmundo, o Animal, teria folha corrida e Tuta, do Fluminense, pela cotovelada criminosa que deu em um jogador do Volta Redonda, deveria ter saído do Maracanã de camburão e preso em flagrante por tentativa de homicídio. O caso Desábato-Grafite é uma ótima oportunidade para todos refletirmos sobre o que é racismo, o que é esporte, o que é cordialidade em campo, o que é crime, o que é exagero e o que é hipocrisia. E para exercitarmos nosso senso crítico. Não podemos esquecer que mais pesadas que as palavras são os significados que elas têm em uma circunstância. Grafite tem esse apelido porque é negro, e gosta dele. E o time argentino foi recebido pela torcida brasileira aos gritos de “vai tomar naquele lugar”. Isso não é injúria e manifestação de xenofobia? Sim ao fim da imbecilidade. Mas sim, também, ao fim da utilização do futebol e do esporte como meio de promoção pessoal.

Ipatinga cala o Mineirão

Calando todas as bocas, inclusive a minha (tá certo, futebol se ganha dentro do campo, eu sei) o Ipatinga ganhou do Cruzeiro em pleno Mineirão e foi campeão Mineiro. Uma lição de lisura na disputa, de que tradição não ganha jogo e de que o futebol brasileiro precisa arrumar um jeito de manter seus craques. Uma torcida chamar seu time de “time sem-vergonha”, como fez a do Cruzeiro, mostra que muita gente já não se engana mais. Além de tudo, um problema: o “refugo” foi campeão. O que o Cruzeiro vai fazer com os jogadores emprestados? Trazer de volta?

Fluminense campeão

A campanha do Volta Redonda foi melhor, o time é melhor, teve o artilheiro do campeonato, o Tuta fez falta no lance do primeiro gol e um jogador do Volta Redonda foi expulso injustamente. Mas o Fluminense foi campeão, em um jogo até emocionante. Coisas do futebol. Especialmente do carioca que, quanta coincidência, nunca teve um campeão do interior do Estado. Mas vem aí o Brasileirão, e agora o buraco é mais embaixo. Os cariocas precisam se cuidar para não dar o mesmo vexame dos anos passados.

Garfada Gaúcha e Inter Campeão

Olha, podem até dizer que não. Mas alguém pode, por favor, me explicar como é que um juiz acaba uma prorrogação de final de campeonato 2 minutos antes do fim? Certo, provavelmente o jogo acabaria com o mesmo resultado. Mas o provavelmente, até onde se sabe, não entra em campo.

Vem aí o Brasileirão

Acabaram os Estaduais, vem aí o Brasileirão. Favoritos: Santos, São Paulo e o “Timón” do Corinthians. O resto, só Deus sabe. Os cariocas não parecem candidatos, nem os mineiros. Mas, em oito meses de campeonato, tudo pode acontecer.

Alexandre Barros

O Rubinho das motos venceu a sétima corrida em toda sua carreira e é vice-líder do mundial de motociclismo. Um bom piloto, um rapaz com cara de bom genro, mas sem carisma e sem sorte. Quem sabe esse ano? Se não for, eu desisto.

Olha o Piauí Aí, Gente!

José Sousa Telles, um piauiense, ganhou a maratona de São Paulo. Foi bom de ver, apesar do Galvão Bueno. Agora vai ter gente querendo ser pai da criança. Não é. O único pai é José de Sousa Telles. Não se aproveitem.

segunda-feira, abril 11, 2005

É hora de fazer alguma coisa

Ver Fluminense e Volta Redonda decidindo um Carioca com 37 mil pagantes em um Maracanã vazio é de fazer a gente pensar: um campeonato em que Túlio Maravilha, simpático jogador em fim de carreira, é artilheiro jogando pelo Volta Redonda não pode ser levado tão a sério. Os campeonatos estaduais de todo o Brasil são arremedos de campeonatos, deficitários, enganadores. Estádios vazios, times fracos, jogadores desconhecidos. Os defensores dos Estaduais afirmam que eles mantêm acesa a rivalidade entre os clubes do mesmo estado ou das mesmas cidades e, por isso, são importantes para que o futebol continue despertando paixões. Pois, hoje em dia, acredito tanto nisso quanto em duendes. O que mantém acesa a chama do futebol é a existência de, no mínimo, dois times bons em campo. A paixão pelo futebol é alimentada pela presença de craques consagrados e de aspirantes à fama e à glória. O único Estadual que ainda pode ser tido como um tanto quanto empolgante é o Paulista. E olhe lá. Alguns times equilibrados, Robinho, Tevez, Ricardinho, alguns bons jogadores em ascensão como Grafite, e o fim da lengalenga das oitavas de final, semifinais, finais em duas, três, quatro partidas. Os pontos corridos premiam a melhor média e acabam com as tradicionais injustiças. O resto é pra inglês ver. Pode ser a hora de rever tudo isso. É preciso mexer em alguma coisa. Torneios regionais? Talvez. O fim definitivo dos estaduais? Não necessariamente. Mas é preciso criar algo novo, profissional e responsável. Os tempos são outros, o mundo mudou e é preciso renovar. A boa e velha rivalidade que enche os estádios e faz os clubes ganharem dinheiro depende de tudo, menos dos Estaduais. Barcelona e Real Madrid fazem o mais rico e empolgante clássico do futebol mundial na atualidade. E na Espanha eles nem sabem o que é um campeonato estadual.

ReviraviraVolta Redonda

A torcida do Fluminense viu o time ganhar a Taça Rio e pensou que tinha um bom time. Não tem. A do Volta Redonda viu uma bela virada no Maracanã e acredita que já está com uma mão na taça. Não está. Tudo pode acontecer na final do Carioca. Nivelados por baixo, os dois finalistas prometem fazer um jogo interessante no domingo, apesar de sem brilhantismo técnico. Camisa não ganha jogo, hoje em dia. Ainda mais no Carioca. Vai valer como curiosidade e como chance de mais uma avaliação: ainda existe salvação para o futebol do Rio?

Matriz 1 x 1 Filial

A torcida do Cruzeiro, que estava rindo muito por ter deixado o Galo em caldo de pinto no quarto lugar do Campeonato Mineiro e se dizer campeã e vice (já que o Ipatinga tem 17 jogadores cruzeirenses), quase perde o rebolado. Mas dificilmente deixa de comemorar o tricampeonato mineiro. Seria algo quase catastrófico: em pleno Mineirão, jogando contra o Ipatinga, o Cruzeiro perder o campeonato para sua filial. A gente costuma queimar a língua, de vez em quando. Mas, em Minas, vai ficar tudo azul. Tenho certeza.

Até quando?

Tevez tem tudo para se tornar ídolo eterno dos corintianos. Tem raça, garra e estrela. Feio de doer, dá gosto de ver jogar. Ele e Robinho são os dois melhores em atividade no Brasil, hoje em dia. Mas, e depois que eles se forem?

Espanha: Barcelona soluça de novo

No duelo de Ronaldos, se deu melhor o grávido. O Barcelona que se cuide. Se tropeçar mais uma vez, pode perder um campeonato ganho. A goleada do Real mostra que não se brinca com gente grande.

A Brasileirinha

Daiane dos Santos, de novo, arrepiou o Brasil. Ouro em São Paulo, levou muita gente às lágrimas. Não dá para esquecer Diego Hipólito e a garra mostrada ao tentar competir machucado. O Brasil anda precisando de ídolos. A ginástica artística está mostrando que pode nos dar alguns.

Guga de Volta

Por falar em ídolos, Guga está de volta. Depois de Ronaldo e seu fenômeno de recuperação, não dá para dizer que Guga nunca mais será o número 1. Para mim, tanto faz. Ele já fez o que tinha de fazer. Que, pelo menos, jogue bem e se divirta, agora.

segunda-feira, abril 04, 2005

São Paulo Campeão

Com duas rodadas de antecipação, tá lá o São Paulo levantando a Taça do Paulista. Merecida pela campanha regularíssima, apesar do piripaque inexplicável contra a Portuguesa. Sem estrelas quase galácticas como Robinho, sem astros internacionais como Tevez e Passarella do “Timón” e tendo como craque Grafitte, uma mistura de Serginho Chulapa com um comprimido de Valium, fez o que tinha de fazer. Jogou pro gasto, com um futebol mediano, um técnico linha-dura no banco, fazendo menos marketing e sem invenção. Deu certo.


Cruzeiro na final, Galo em caldo de pinto

Humilhante a situação, também, do Atlético, em Minas. Acaba o campeonato em quarto lugar, atrás de Cruzeiro e Ipatinga, que fazem a final, e do modesto URT, da pequena cidade de Patos de Minas. A torcida azul, agora, está pronta para comemorar o tri.
O Cruzeiro também é um praticamente um time de segunda classe hoje, bem distante do brilhante campeão brasileiro de 2003. Mas dificilmente perde para o Ipatinga. Não deve haver surpresas mas, em todo caso...

A monotonia agora é azul


Fizeram, fizeram, fizeram e conseguiram fazer o Schumacher não ganhar três corridas consecutivas. Se a intenção era acabar com a monotonia na Fórmula-1, ainda não conseguiram. Apesar do Galvão Bueno tentar nos convencer, até agora a única mudança foi na cor da monotonia: há três corridas só dá Renault. Corridas chatas, chatas. A Ferrari, literalmente, corre atrás, para tentar voltar a ser Ferrari e deixar de ser Minardi. Ainda dá tempo. Mas vem cá: alguém pode me dizer o que diabos tem a ver corrida de Fórmula-1 em Bahrein, no meio do deserto? Vá entender. A próxima é em Ímola, e o Rubinho comemora 200 Grandes Prêmios. Saudades do Senna.

Espanha: Barcelona soluça

Ainda são nove pontos de diferença. Mas, se continuar assim, o Barcelona pode ser atropelado no final. Um empate arrancado na marra em cima do Bétis, em casa, mostra que nem tudo é como poderia ser para o time do Ronaldo cabeludo. Tem jogo pela frente e, apesar da visível gravidez do outro Ronaldo, o careca, os mascarados, digo, galácticos de Vanderlei Luxemburgo podem, ainda, aprontar alguma. Melhor para o futebol, se assim for.

João Paulo II, o Goleiro de Deus

Além de tudo o que fez na vida, Karol Wojtyla gostava de praticar esportes. E, entre eles, o futebol. Na sua (dele) Polônia, chegou a bater uma bola. Gostava de ser goleiro. Parece que, desde jovem, acreditava no sofrimento como expiação do pecado. A benção, João de Deus.