segunda-feira, abril 18, 2005

Racismo ou Oportunismo?

Ainda é tempo de dizer: não me decidi se considero o caso Desábato-Grafite um exemplo de atitude oportuna ou oportunista. Por um lado acho que foi oportuna. É crescente e um tanto quanto assustadora a onda de manifestações racistas que vêm acontecendo mundo afora, especialmente nos estádios de futebol. É preciso barrar essa meia dúzia de imbecis que gritam palavras de ordem dignas de membros da Ku Klux Klan e seu preconceito do século 19 em pleno 2005. Uma tomada de posição clara e objetiva pode, sim, se tornar um exemplo e sinalizar um caminho para os que ainda não sabem como tomar uma atitude. Por outro lado, me incomoda esse aparente oportunismo. Duvido que se Desábato fosse um jogador brasileiro e dissesse as mesmas coisas em bom português para Grafite, tivesse acontecido a mesma coisa. Esquecer que o Brasil tem manifestações racistas escondidas sob o hipócrita véu da cordialidade é um perigo. Coisas idênticas às ditas por Desábato são ditas todos os dias nos campos, nas praias, nas empresas, e não acontece absolutamente nada. E me soa engraçado que um promotor que estava em casa, vendo a partida, tenha tomado tal atitude simplesmente por ter se incomodado com o que viu. Fosse assim, Edmundo, o Animal, teria folha corrida e Tuta, do Fluminense, pela cotovelada criminosa que deu em um jogador do Volta Redonda, deveria ter saído do Maracanã de camburão e preso em flagrante por tentativa de homicídio. O caso Desábato-Grafite é uma ótima oportunidade para todos refletirmos sobre o que é racismo, o que é esporte, o que é cordialidade em campo, o que é crime, o que é exagero e o que é hipocrisia. E para exercitarmos nosso senso crítico. Não podemos esquecer que mais pesadas que as palavras são os significados que elas têm em uma circunstância. Grafite tem esse apelido porque é negro, e gosta dele. E o time argentino foi recebido pela torcida brasileira aos gritos de “vai tomar naquele lugar”. Isso não é injúria e manifestação de xenofobia? Sim ao fim da imbecilidade. Mas sim, também, ao fim da utilização do futebol e do esporte como meio de promoção pessoal.

Ipatinga cala o Mineirão

Calando todas as bocas, inclusive a minha (tá certo, futebol se ganha dentro do campo, eu sei) o Ipatinga ganhou do Cruzeiro em pleno Mineirão e foi campeão Mineiro. Uma lição de lisura na disputa, de que tradição não ganha jogo e de que o futebol brasileiro precisa arrumar um jeito de manter seus craques. Uma torcida chamar seu time de “time sem-vergonha”, como fez a do Cruzeiro, mostra que muita gente já não se engana mais. Além de tudo, um problema: o “refugo” foi campeão. O que o Cruzeiro vai fazer com os jogadores emprestados? Trazer de volta?

Fluminense campeão

A campanha do Volta Redonda foi melhor, o time é melhor, teve o artilheiro do campeonato, o Tuta fez falta no lance do primeiro gol e um jogador do Volta Redonda foi expulso injustamente. Mas o Fluminense foi campeão, em um jogo até emocionante. Coisas do futebol. Especialmente do carioca que, quanta coincidência, nunca teve um campeão do interior do Estado. Mas vem aí o Brasileirão, e agora o buraco é mais embaixo. Os cariocas precisam se cuidar para não dar o mesmo vexame dos anos passados.

Garfada Gaúcha e Inter Campeão

Olha, podem até dizer que não. Mas alguém pode, por favor, me explicar como é que um juiz acaba uma prorrogação de final de campeonato 2 minutos antes do fim? Certo, provavelmente o jogo acabaria com o mesmo resultado. Mas o provavelmente, até onde se sabe, não entra em campo.

Vem aí o Brasileirão

Acabaram os Estaduais, vem aí o Brasileirão. Favoritos: Santos, São Paulo e o “Timón” do Corinthians. O resto, só Deus sabe. Os cariocas não parecem candidatos, nem os mineiros. Mas, em oito meses de campeonato, tudo pode acontecer.

Alexandre Barros

O Rubinho das motos venceu a sétima corrida em toda sua carreira e é vice-líder do mundial de motociclismo. Um bom piloto, um rapaz com cara de bom genro, mas sem carisma e sem sorte. Quem sabe esse ano? Se não for, eu desisto.

Olha o Piauí Aí, Gente!

José Sousa Telles, um piauiense, ganhou a maratona de São Paulo. Foi bom de ver, apesar do Galvão Bueno. Agora vai ter gente querendo ser pai da criança. Não é. O único pai é José de Sousa Telles. Não se aproveitem.

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