segunda-feira, setembro 05, 2005

Um Pouco de Caldo de Galinha

Está tudo certo. O Brasil é o único país a jogar todas as Copas. Vem aí mais uma. Todo mundo tirando as bandeiras do fundo das gavetas, comprando camisa amarela, boné e bandeirola para enfeitar a rua. Tem gente que já encomendou a carne do churrasco. Uma festa que já começou domingo em Brasília. Apresentação brilhante da Seleção, em 28 minutos. Depois... Uma preguicinha... Também, cá pra nós. O time do Chile não assusta ninguém. É ruim de doer. Ainda teve o Salas, o único jogador deles que já fez gol na gente, fora de campo, machucado. Uma classificação tranqüila, fácil, relaxante. Quase um spa. Opa! Sabia... Eu e minha mania de ser mineiro... Não tá fácil demais, não? Vamos lembrar de algumas coisas. Não, não vou a 1950, pode deixar. Vou ao México. Em 1970 o Brasil não acreditava na seleção. Muita gente até torcia contra. A Seleção do Tri saiu de casa com desconfiança e voltou nos braços do povo. Já em 82 o Brasil era imbatível. Leandro, Luizinho, Júnior, Falcão, Cerezo, Sócrates, Zico, Éder. Certo, tinha o Serginho e o Valdir Perez, ai, ai, ai. Íamos só receber as faixas. Mas Paolo Rossi deu três pedradas no canarinho, que voou pra casa mais cedo. Corta para 94. Seleção do Parreira, desacreditada. Classificação sofrida. Jogos nhémnhémnhém, muito sofrimento e a genialidade de Romário deram o título que, se bobear, a gente nem merecia. Vamos a 98, Brasil direto na Copa. Ronaldinho, Rivaldo, Roberto Carlos. Era fácil. Moleza. Ronaldinho teve piripaque (dizem), e Zidane foi coroado Rei. Corte pra 2002. Família Scolari. Criticadíssimo. Classificação na última rodada das Eliminatórias, vitória sofrida sobre a Venezuela. Rivaldo, bichado. Ronaldo, acabado. Marcos, frangueiro. Lúcio, cabeça-de-bagre. Brasil vence tudo e todos, é campeão. Penta. Agora, 2006. Tá muito fácil. Quarteto, quinteto mágicos. Pedalada. Musiquinha da Globo em setembro. Calma lá. Mais devagar, por favor. Não vamos nos esquecer do tangazzo das Eliminatórias. E que, como mostrei aí em cima, quando vamos bem nas Eliminatórias, vamos mal na Copa. E vice-versa. Sim, somos os melhores. Os mais talentosos. Geniais. Mas isso aí é futebol, e nem sempre vence o melhor. Ainda temos o Lúcio em campo, e isso é preocupante. Nada de soberba.

E agora, Parreira?

São cinco, cabem quatro. Ronaldo, Ronaldo Gaúcho, Robinho, Adriano, Kaká. Azar o do Parreira. Os cinco em campo? De repente, quem sabe. Parreira tem três jogos para brincar com isso esse ano, e vira o ano decidido. Se bem conhecemos o Parreira, sai o Robinho. Que vai ficar entrando no segundo tempo. Aposto. Parreira é Parreira.

Lúcio, Juan e Roque Júnior

Pelo visto, vamos ter que aturar Lúcio e Roque Júnior de novo. Mas que o Juan é melhor que os dois juntos, é. Vamos acender umas velas até a Copa. Quem sabe Juan ganha a posição até lá e nos livra, pelo menos, de um dos outros dois?

Laterais, porque ala é frescura

Cafu, Cicinho, Roberto Carlos e Gilberto. Ou Gustavo Nery. Ou qualquer outro, porque abaixo do Roberto Carlos, na esquerda, tanto faz.

E o Rogério Ceni, hein?

Não sei se porque o Dida é meio desengonçado, mas ainda prefiro o Rogério Ceni. Sei lá. Acho que ele tem jeito de líder e é um baita goleiro. Mas o Parreira implica com o rapaz.

Brasil x Sevilla

Detesto jogos da Seleção contra esses times. Não acrescentam nada, trazem risco aos jogadores e são sempre em horários que a gente não pode ver.

Brasileirão

Amanhã começa, de verdade, o segundo turno. Uma semana de descanso, e agora é pega pra capar. O jogo a ser observado é Corinthians x São Paulo. Outro: Cruzeiro x Fluminense. Podem decidir quem se mantém com chances ou não.

terça-feira, agosto 30, 2005

Estréia o Show de Bola

Segunda-feira, dia 5, na Estação FM - 101,3 estréia o Show de Bola.
Com apresentação de Thesco Silva e participação de André Gonçalves, Fábio Lima, Miro Freitas e Chagas Botelho, o Show de Bola vai dar uma geral, todos os dias, no esporte local, nacional e internacional. Futebol, Vôlei, basquete, Tênis, Futebol Amador, Automobilismo e tudo que seja esporte vai estar na pauta do Show de Bola. Entrevistas, notícias e tudo, tudinho do esporte, com qualidade de som digital.
Show de Bola estréia segunda, dia 5, às 8 e meia da noite, na Estação FM - 101,3.

Robinho decepciona Real Madrid

Quem dera o título aí de cima fosse verdade. Porque eu não sei se fico alegre ou triste com o sucesso de Robinho logo na estréia, no Real Madrid. Sinceramente, de repente podia até ser bom que o menino não se desse muito bem e pedalasse de volta para casa. E fosse possível a nós, simples mortais, ver, aos domingos, o moleque aprontando das suas aqui mesmo, em nosso quintal. Fazer o quê. Tá na cara que dificilmente Robinho deixa ser consagrado melhor do mundo. Ainda mais que o planeta bola tem capital na Europa. No Santos, Robinho nunca seria o melhor do mundo. Dificilmente se tornaria um popstar mundial. E, convenhamos, no futebol, hoje, não basta ser campeão do mundo, jogar na Seleção Brasileira ou ficar rico. É preciso ser “galáctico”. Deveria, quem sabe, ser criada uma nova categoria no futebol, que ficaria assim: Infantil, Juvenil, Júnior, Profissional e Pop Star. Não sei aonde vamos parar. Já são mais de 850 brasileiros jogando mundo afora. Todo dia vai mais um. Fred foi o último. Aos 21 anos, antes que o Brasil tivesse a chance de aprender a gostar dele. Isso está ficando muito chato. Vai chegar o dia em que o torcedor brasileiro vai preferir ficar em casa, assistindo aos jogos do Espanhol, do Italiano, de graça, pela tv, a ir ao estádio pagando 20, 30 reais para assistir o terceiro escalão do futebol brasileiro. Esse dinheiro faz falta para a cerveja, que fica muito mais gostosa com pedaladas de tira-gosto. Hoje, o torcedor, com cada vez mais raras exceções, só tem canela-dura para acompanhar o chopp. Já passamos pelo ciclo do Pau Brasil, pelo Ciclo do Café, pelo Ciclo da Borracha, pelo Ciclo do Ouro. Agora, pelo Ciclo da Bola. Já sabemos onde essa história acaba. Somos, sempre, apenas exportadores de matéria-prima. Ainda vamos pagar caro por isso. Como sempre.

Santos Líder

O Santos assumiu a liderança do Brasileiro. Mas a vitória sobre o Coritiba não pode ser considerada uma prova de credenciamento ao título. O Coritiba não vem bem, e o time da Vila não é o que jogou. Contra o Atlético Paranaense, em Curitiba, as coisas devem apertar. Geovani é o craque do time, agora. Geílson? Só ficando de olho. Pode ser fogo de palha. É cedo para dizer.

Timão joga amanhã

Ao invés de descansar para buscar a volta à liderança, o Timão pega o tinhoso Goiás pela Sul-americana, amanhã. Márcio Bittencourt não decidiu se vai jogar com reservas. Na próxima rodada do Brasileiro, pega o São Paulo. Precisa ganhar, ou corre o risco de ficar cinco pontos atrás do líder, diferença perigosa em campeonato tão equilibrado.

Rogério Ceni

Se alguém pode fazer o São Paulo chegar entre os dez, é ele. Junto com Amoroso. Cicinho, por mais que tenha seguro, está doido para chegar o fim do ano. Joga o Mundial e adeus. O resto é tempo perdido.

Basquete

É bom ver o basquete renascendo. Tomara embale de vez, e volte a nos dar tanto orgulho quanto antes. O Brasil precisa.


Seleção Brasileira

Ganha do Chile e carimba passaporte para a Alemanha. Sem sustos e um tanto quanto sem graça. Todo mundo já tá de olho é na Copa. Faltam 283 dias.

segunda-feira, agosto 08, 2005

A Eterna Privação do Zagueiro Absoluto

Não vou mentir que é bom assistir a um jogo que termina 5 a 4, como o último Atlético Paranaense e Cruzeiro. Ou um 7 a 2. Ou um 4 a 4. Gol é sempre bom de ver, seja de canela, de cabeça, de placa e, até, gol contra, como os cheios de classe gols contra de Júnior Baiano. Mas que é estranho, já que se trata do Brasileirão, convenhamos, é. Do jeito que vai, a gente vai acabar mal-acostumado. É interessante observar esse fenômeno que vem acontecendo no Brasileirão deste ano. Muitas goleadas, algumas delas históricas, outras, digamos, histéricas. Muitos empates de 2 a 2, 3 a 3, 4 a 4. Enfim, uma saraivada de gols a cada rodada. Então, das duas uma: ou o Brasil voltou a fabricar craques em profusão do meio campo pra frente, ou continua fabricando pernas-de-pau em série do meio de campo para trás. Fico com a segunda opção, agravada, ainda, por mais um fator: o entra e sai de técnicos. Foram 17 trocas, em menos de 20 rodadas. Isso significa menos organização tática, menos treinamento, uma certa displicência e, o resultado, é gol de todo jeito. Pena que boa parte deles venha em função dessas deficiências aí de cima. Ah, tá certo... O gol, evidentemente, é fruto de uma falha. Se o futebol tivesse um time perfeito, esse time não levaria gol nunca. Mas é gol demais. É pênalti demais. É furada de zagueiro demais. É lambança demais. Nos ataques, salvo uma ou outra exceção como Fred, Tevez e mais um ou dois, e olhe lá, não há nenhum atacante que nos faça crer que essa chuva de gols, com mais de 3 por jogo, em média, signifique excesso de qualidade nos ataques. Ao contrário. Vemos jogadores que, em outros tempos, seriam considerados medíocres, na liderança da artilharia e fazendo gols a cada rodada. Pena. Porque isso só nos faz crer que, apesar de assim termos um campeonato equilibrado e imprevisível e, portanto, com boa dose de emoção, teremos de aturar por um bom tempo esta certa “eterna privação”, como disse o genial Luis Fernando Veríssimo. E um certo Lúcio como principal zagueiro da Seleção.

Corinthians

A sorte parece que grudou no Corinthians. Conseguiu sair de uma ponta da tabela à outra e, na última rodada, uma feliz (para os corintianos) combinação de resultados manteve o time paulista na liderança. Se não houver nenhuma surpresa nas próximas 5 ou 6 rodadas, deve permanecer por lá. Depois, só Deus sabe.

Visitante Abusado

O Fluminense é o time que mais pontos fez fora de casa no Brasileirão: 18. Além disso, está há quatro rodadas sem perder. A torcida acredita que o time vá voltar a disputar o título. Até pode. Só precisa aprender que os pontos em casa valem ouro: só ganhou 13 até agora.

Paraná

Devagarinho, devagarinho, o Paraná Clube chegou no clube dos lideres. É o time que menos perdeu no campeonato, ao lado do Cruzeiro: 4 vezes.

Atlético MG

Marco Aurélio pode dar ao Galo o equilíbrio que o time não acha para sair da situação de vexame em que está. O time, no papel, não é ruim. Vamos ver nas próximas 5 rodadas. Se não sair até lá, dificilmente vai conseguir depois.

Equilíbrio

Apenas 4 pontos separam o líder Corinthians do nono colocado, Cruzeiro. Desde que o Brasileirão passou a ser em pontos corridos, é um dos mais equilibrados. Bom para testar o coração dos torcedores.

Botafogo

Disposto a acabar de vez com o título de cavalo paraguaio do campeonato, o Botafogo joga amanhã com o Cruzeiro, no Mineirão. Jogo bom de observar.

Colorado pega o líder

Amanhã, também, Inter e Corinthians jogam praticamente pela liderança. Deve ser o jogo da rodada.

E o São Paulo, hein?

O campeão da Libertadores em 18º lugar. Será preguiça?

terça-feira, julho 26, 2005

O melhor jogo de todos os tempos desta semana

Existem vários tipos de jogos de futebol. Os decisivos. Os amistosos. Os “chatos pra caramba”. Os “Deus me livre”. Os “agora vai”. Os “o melhor jogo de todos os tempos” (que são raros, devendo acontecer uma vez a cada dois anos, em média). Os que entram para a história, mesmo não sendo o melhor de todos os tempos. Os inacreditáveis. Os bisonhos. Os “decisão antecipada”. Os “o melhor jogo do campeonato”. Pois bem. Imagino que o Corinthians e Cruzeiro, desta quarta-feira, pode se enquadrar em algumas categorias. Talvez, entre os “melhor jogo do campeonato” e “agora vai”. Pensemos. O Corinthians vem embalado e em busca da liderança, o que seria uma reação espetacular. O Cruzeiro, que também começa a embalar e é a equipe que menos perdeu no Brasileirão, com um Fred que parece ter reencontrado o cheiro do gol e se destaca entre os medianos cruzeirenses. Na modesta opinião deste escriba, esse jogo tem cheiro de jogão. Quem vencer pode estar selando o passaporte definitivo para o “país” dos favoritos ao título, fazendo companhia à Ponte Preta, que vamos ver como se segura ao perder o técnico Vadão, e Internacional, que de vez em quando tropeça mas ainda não pegou o elevador para o andar de baixo e parece que também fica lá no alto. Melhor ainda se o Cruzeiro colocar em campo o menino Kerlon. Menos pela sua jogada da foca, mais pelo visível talento deste menino que tem tudo para ser bem mais do que um malabarista da bola. Se Kerlon conseguir dar em Mascherano e em Tevez o baile que deu nos jogadores do Santos, tem de ser titular. E, logo, vai estar na Seleção principal. Enfim, um jogo de dois sérios candidatos ao título. Andei desconfiando do Cruzeiro, mas sinto cheiro de mineirice no ar. Sempre acreditei no Corinthians, mesmo no meio da Já Era Passarela. São meus dois candidatos ao título, hoje. Vai ser um jogão.

Fluminense x Botafogo

Parece que não é desta vez. Fluminense e Botafogo começam a comprovar a teoria dos que diziam que eram “cavalos paraguaios”. O Fluminense já é oitavo, o Botafogo só é quarto pela inconstância dos que vêm logo atrás. Pelo visto, esse vai ser mais um ano negro para o futebol carioca.

Asco da Gama

Com uma defesa que leva 32 gols em 14 jogos, não há time que resista. O Vasco corre sério risco de rebaixamento. É preciso que resolvam contratar alguém que não seja “peixe” do Renato Gaúcho antes que o bacalhau vá de vez para o brejo.

Flamengo

O outrora mitológico rubro-negro corre o risco de virar só um mito, mesmo. Se bobear, vamos ter clássico na Segundona. O time do Flamengo é uma ficção. Time em que um Jean é craque e Júnior Baiano é capitão merece cair, mesmo.

Verdão amadurece

O Palmeiras ameaça reagir. Se der tempo, pode chegar. Leão tem estrela e, mesmo que não consiga o título, vai dar trabalho. Olho no Verdão.

Novela Robinho

Quer saber? Já encheu. Como se fala “pedala, Robinho” em espanhol? E-mails para a coluna, por favor.

Galácticos

Esse mundo está perdido: em excursão “caça-níquel” (só que em Euros), os Galácticos perderam para o Verdy Tókio, que levou 23 gols em 4 jogos e é o penúltimo no Japonesão.

Fórmula Alonso

A Fórmula 1 parece já ter campeão em 2005. Ufa, não é o alemão. Mas e o Rubinho, hein? Vai parar quando, mesmo?

Lance Armstrong

Sete vezes campeão da Volta da França, sobrevivente do câncer. Hollywood já deve estar de olho.

segunda-feira, junho 27, 2005

O Lúcio é sabotagem



Grosso modo, podemos dividir em três grandes escolas o futebol mundial: a habilidosa e técnica escola brasileira, a raçuda e quase técnica escola sul-americana em geral (hoje restrita à Argentina) e a aplicada e desabilidosa escola européia. E, desde as últimas Copas, algumas sub-escolas vêm se firmando. Ainda no pré-primário, mas chamando atenção: a escola do futebol irresponsável africano (cujo grande representante vem sendo a Nigéria), e a dos vara-paus nórdicos, antes restrita a Suécia, Noruega e afins, agora engrossada pela Alemanha, que está numa transição entre a escola dos aplicados e desabilidosos e virando a mais forte dos vara-paus. Aliás, se eu fosse presidente da CBF, iria proibir que jogadores brasileiros fossem jogar na Alemanha até que eles reaprendessem minimamente o que é um passe e tivessem com o Beckenbauer umas aulinhas básicas tipo: “uma bola é redonda” ou “como chutar e enxergar ao mesmo tempo”. Daí que não achei muita vantagem nem o Brasil ganhar de 3 a 2 deles, nem aquela jogada do Robinho onde dois vara-paus trombaram dentro da área. Agora, vem a revanche contra Los Hermanos. Por mais que não se queira, um novo jogo contra eles tem ar de revanche. E aí, o perigo: se o Brasil ganhar, vem aquela sensação de que tudo está arrumado, que o Parreira não é teimoso, que o Émerson é gênio, que Ronaldinho “Cabelo Medonho” Gaúcho finalmente “desRivaldizou” e que Ronaldo não faz falta. Vamos botar as barbas de molho. A Copa das Confederações, que muita gente acha inútil, é utilíssima. Entre outras coisas, para percebermos que, se somos mesmo os melhores no papel e na bola, os vara-paus estão aí, mordendo nossos calcanhares e sabotando nossa seleção. Ou você acha que o Lúcio joga lá à toa?


Ponte Preta líder

Algumas colunas atrás eu disse pra ficarem de olho na Ponte Preta: lá está a Macaca na ponta da tabela. O Botafogo parece que perdeu mesmo o fôlego e vem descendo a ladeira. O Fluminense respira e barrou momentaneamente a subida do Corinthians, o Santos se segura entre os primeiros e O Cruzeiro vem mostrando não ter time pra chegar entre os cinco. O Inter, devagarzinho, vem chegando. O Brasileirão, repito, começa na décima rodada. Tudo pode mudar.


Copa do Brasil

A Copa do Brasil tem mostrado que o mapa do futebol brasileiro anda meio torto. Times da segunda divisão vêm obtendo bons resultados e sendo campeões em cima dos “grandes”, e muitos “grandes” mostram que tem time pra brigar, e olhe lá, pelo título da Segundona. Tem gente que acha isso um absurdo. Eu acho ótimo. Parabéns ao Paulista.

Robinho

Robinho ainda não é Robinho. Mas vai chegar. Para ele, a melhor coisa foi a Copa das Confederações. Vai chegar na Copa pronto para brilhar.


Libertadores

O “absurdo” Atlético Paranaense está quase lá. O São Paulo também. Não ia ser nada mal uma final entre os dois.


Sharapova

Quem aquele juiz acha que é para proibir a Sharapova de dar seus gritinhos e gemidinhos? O Clóvis Bornay?

Brasil x Argentina

Vai dar Brasil. Se não der, podem mandar e-mails. Mas deixem mamãe fora disso.

segunda-feira, junho 20, 2005

As chuteiras de volta, por favor.

Como todo mundo, tive algumas decepções nessa vida. Foi muito triste quando descobri que Papai Noel não passava de personagem de propaganda.
Foi triste descobrir que Garibaldo era só um boneco com alguém dentro, que não dava para ir de ônibus ao Sítio do Pica-Pau Amarelo e que meu talento de meia-esquerda só seria o suficiente para jornadas “memoráveis” na gloriosa Portuguesa, time de várzea dirigido pelo saudoso Rossi, em BH, onde tive um dos mais pífios retrospectos da história do futebol: uns 30 jogos, uma vitória de um a zero, dois empates e, de resto, só derrotas. Uma, inclusive, de 12 a 1. Com gol meu, vá lá, que cheguei a ser artilheiro do time. Grande vantagem. Dá para imaginar o resto do elenco. Mas uma decepção que ainda hoje me marca foi quando descobri que os Harlem Globetrotters, aquele time americano de basquete que vi, uma vez, fazendo malabarismos incríveis com a bola, jogavam contra um time que era contratado por eles. Quer dizer: eles são geniais, mas aquilo não era um jogo pra valer. Era um teatro. Um espetáculo que, na prática, não valia nada. Custei a entender: para mim aqueles jogadores incríveis estavam disputando algo e quebrando toda a lógica do esporte, ao inventar jogadas e humilhar os adversários com todo tipo de drible. Nunca me refiz. Lembrei disso porque li, em algum lugar, Robinho, Kaká e Ronaldinho Gaúcho sendo chamados de “Globetrotters”. Certo, não se pode duvidar da capacidade desses brilhantes jogadores. Mas não esqueçam de avisar aos outros times para darem uma ajuda. Não gosto de futebol feio. Gosto de dribles, de talento esparramado pela grama. Mas é preciso cuidado. Não se deve confundir bela exibição com exibicionismo. Falta um ano para a Copa. Dá tempo desse time, que pode ser brilhante, entender isso. Ainda. É só tirar as sapatilhas e voltar a calçar chuteiras.


Ronaldinho Gaúcho x Rivaldo

Rivaldo poderia ter sido um dos grandes craques da história da Seleção Brasileira. Quase foi. Mas era acometido de uma timidez inexplicável quando vestia a amarelinha. Ninguém entendia. Mesmo assim foi campeão em 2002, apesar de nunca ser, na Seleção, o que era no Barcelona. Ronaldinho Gaúcho, até hoje, fez um gol acidental contra Inglaterra em, 2002, e anda parecendo ter a mesma síndrome de Rivaldo. Será?


Copa do Brasil

Fluminense e Paulista devem fazer um bom jogo na final da Copa do Brasil. O estranhíssimo time de Jundiaí, com um certo Márcio Mossoró, se souber controlar os nervos, como tem feito até agora, tem tudo para ser campeão. O Flu de Abel parece ter subestimado o poder do adversário em Jundiaí e, agora, vai ter de correr atrás. Sinceramente? Imprevisível.


Brasileirão: Fogo baixo?


Botafogo ainda líder no Brasileiro, mas já dá mostras de cansaço. Assim como o Flu, parece não ter elenco suficiente para manter o ritmo até o final. Daqui para a frente, as coisas vão apertar. O Brasileirão começa de verdade na décima rodada.


Corinthians sobe-sobe

Eu avisei: o Corinthians vem aí. O time vem se acertando e tem tudo para brigar pelo título.


Atléticos

Vá entender o do Paraná, “invicto” de vitórias no Brasileiro... O de Minas, melancólico. De dar dó.


O “circo” da Fórmula 1...

Nunca essa expressão foi tão adequada quanto no último domingo...

segunda-feira, junho 06, 2005

Chega, Robinho!

Na Copa de 2002 eu dizia que a zaga do Brasil era formada por Moe, Larry e Curly, e que a Seleção jogava com três zagueiros para ver se, juntando os três, a gente conseguia ter pelo menos um de bom nível. Lúcio, Roque Júnior e Edmilson, e ainda um tal Anderson Polga, deram a sorte de jogar em uma época onde o Brasil produziu brilhantes jogadores do meio de campo pra frente, mas ao mesmo tempo gerou cabeças-de-bagre como há muito não se via, do meio de campo para trás. Esses três fazem parte de uma geração que consagrou o futebol como um esporte imprevisível: enquanto craques e semi-deuses da bola como Falcão, Zico, Leão, Toninho Cerezzo, Sócrates, Luizinho, Júnior, Leandro, Reinaldo, entre tantos, não conseguiram sequer chegar a uma final de Copa, Cafu jogou três finais e pode chegar à quarta, Emerson é titular absoluto de Parreira e Marcos, uma reedição esverdeada de Valdir Perez, foi campeão do mundo. O melhor do jogo contra o Paraguai não foi a razoável exibição do Brasil. Sim, razoável porque, convenhamos, o time do Paraguai é medíocre. O melhor do jogo foi a expulsão do Lúcio, o que nos livra, pelo menos por uma partida, do seu futebol tacanho, e nos permite ver um pouco de futebol de verdade com Juan, um jogador com muito do estilo tranqüilo do injustiçado Luizinho que, além de tudo, enterrou de vez a possibilidade de zagueiros com nomes no diminutivo a despeito do futebol jogado com letras maiúsculas. Outra coisa: as pedaladas de Robinho começam a enjoar. Me fazem lembrar do Denílson, aquele eterno futuro gênio que se consagrou na seleção pulando na lateral do campo fazendo aquecimento e que entrava faltando 20 minutos para o fim do jogo, conseguindo a unanimidade enquanto estava fora e a mediocridade absoluta enquanto estava dentro do campo. Ao invés da inútil “fica Robinho”, lanço a campanha “chega, Robinho”. Chega de pedaladas. Contra a Argentina, prefiro gol de bicicleta.

Ainda a zaga

É impressionante a crônica incapacidade dos zagueiros brasileiros em relação ás bolas altas na área. Parece um problema sem solução. Houve um tempo em que os goleiros brasileiros não sabiam sair do gol. Melhoraram. Será que um dia vai surgir um zagueiro que saiba jogar pelo alto?

Descansa logo, Ronaldo!

Que me perdoem alguns, mas o Ronaldo, o gordinho, é o dono absoluto da camisa 9 do Brasil. Não tem pra ninguém. A seleção é ele e mais 10. Ninguém é insubstituível uma ova. Impressiona a diferença dele para os demais atacantes. Se estiver muito gordo, usa uma cinta e entra em campo.

Cafu volta

Outro que parece não ter substituto é Cafu. Mesmo sem nunca ter aprendido a cruzar, não tem nenhum lateral (ou ala, como queiram) capaz de substituí-lo à altura. Cicinho e Belletti são seis e meia-dúzia, respectivamente.

Kaká

A pergunta que não quer calar: Kaká é um novo Raí? E-mails pra coluna, por favor.

O meu Brasil x Argentina

Foi o 0 x 0 na Copa de 78, onde ficamos com o título de Campeões Morais. E o seu?