segunda-feira, agosto 08, 2005

A Eterna Privação do Zagueiro Absoluto

Não vou mentir que é bom assistir a um jogo que termina 5 a 4, como o último Atlético Paranaense e Cruzeiro. Ou um 7 a 2. Ou um 4 a 4. Gol é sempre bom de ver, seja de canela, de cabeça, de placa e, até, gol contra, como os cheios de classe gols contra de Júnior Baiano. Mas que é estranho, já que se trata do Brasileirão, convenhamos, é. Do jeito que vai, a gente vai acabar mal-acostumado. É interessante observar esse fenômeno que vem acontecendo no Brasileirão deste ano. Muitas goleadas, algumas delas históricas, outras, digamos, histéricas. Muitos empates de 2 a 2, 3 a 3, 4 a 4. Enfim, uma saraivada de gols a cada rodada. Então, das duas uma: ou o Brasil voltou a fabricar craques em profusão do meio campo pra frente, ou continua fabricando pernas-de-pau em série do meio de campo para trás. Fico com a segunda opção, agravada, ainda, por mais um fator: o entra e sai de técnicos. Foram 17 trocas, em menos de 20 rodadas. Isso significa menos organização tática, menos treinamento, uma certa displicência e, o resultado, é gol de todo jeito. Pena que boa parte deles venha em função dessas deficiências aí de cima. Ah, tá certo... O gol, evidentemente, é fruto de uma falha. Se o futebol tivesse um time perfeito, esse time não levaria gol nunca. Mas é gol demais. É pênalti demais. É furada de zagueiro demais. É lambança demais. Nos ataques, salvo uma ou outra exceção como Fred, Tevez e mais um ou dois, e olhe lá, não há nenhum atacante que nos faça crer que essa chuva de gols, com mais de 3 por jogo, em média, signifique excesso de qualidade nos ataques. Ao contrário. Vemos jogadores que, em outros tempos, seriam considerados medíocres, na liderança da artilharia e fazendo gols a cada rodada. Pena. Porque isso só nos faz crer que, apesar de assim termos um campeonato equilibrado e imprevisível e, portanto, com boa dose de emoção, teremos de aturar por um bom tempo esta certa “eterna privação”, como disse o genial Luis Fernando Veríssimo. E um certo Lúcio como principal zagueiro da Seleção.

Corinthians

A sorte parece que grudou no Corinthians. Conseguiu sair de uma ponta da tabela à outra e, na última rodada, uma feliz (para os corintianos) combinação de resultados manteve o time paulista na liderança. Se não houver nenhuma surpresa nas próximas 5 ou 6 rodadas, deve permanecer por lá. Depois, só Deus sabe.

Visitante Abusado

O Fluminense é o time que mais pontos fez fora de casa no Brasileirão: 18. Além disso, está há quatro rodadas sem perder. A torcida acredita que o time vá voltar a disputar o título. Até pode. Só precisa aprender que os pontos em casa valem ouro: só ganhou 13 até agora.

Paraná

Devagarinho, devagarinho, o Paraná Clube chegou no clube dos lideres. É o time que menos perdeu no campeonato, ao lado do Cruzeiro: 4 vezes.

Atlético MG

Marco Aurélio pode dar ao Galo o equilíbrio que o time não acha para sair da situação de vexame em que está. O time, no papel, não é ruim. Vamos ver nas próximas 5 rodadas. Se não sair até lá, dificilmente vai conseguir depois.

Equilíbrio

Apenas 4 pontos separam o líder Corinthians do nono colocado, Cruzeiro. Desde que o Brasileirão passou a ser em pontos corridos, é um dos mais equilibrados. Bom para testar o coração dos torcedores.

Botafogo

Disposto a acabar de vez com o título de cavalo paraguaio do campeonato, o Botafogo joga amanhã com o Cruzeiro, no Mineirão. Jogo bom de observar.

Colorado pega o líder

Amanhã, também, Inter e Corinthians jogam praticamente pela liderança. Deve ser o jogo da rodada.

E o São Paulo, hein?

O campeão da Libertadores em 18º lugar. Será preguiça?

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