segunda-feira, abril 11, 2005

É hora de fazer alguma coisa

Ver Fluminense e Volta Redonda decidindo um Carioca com 37 mil pagantes em um Maracanã vazio é de fazer a gente pensar: um campeonato em que Túlio Maravilha, simpático jogador em fim de carreira, é artilheiro jogando pelo Volta Redonda não pode ser levado tão a sério. Os campeonatos estaduais de todo o Brasil são arremedos de campeonatos, deficitários, enganadores. Estádios vazios, times fracos, jogadores desconhecidos. Os defensores dos Estaduais afirmam que eles mantêm acesa a rivalidade entre os clubes do mesmo estado ou das mesmas cidades e, por isso, são importantes para que o futebol continue despertando paixões. Pois, hoje em dia, acredito tanto nisso quanto em duendes. O que mantém acesa a chama do futebol é a existência de, no mínimo, dois times bons em campo. A paixão pelo futebol é alimentada pela presença de craques consagrados e de aspirantes à fama e à glória. O único Estadual que ainda pode ser tido como um tanto quanto empolgante é o Paulista. E olhe lá. Alguns times equilibrados, Robinho, Tevez, Ricardinho, alguns bons jogadores em ascensão como Grafite, e o fim da lengalenga das oitavas de final, semifinais, finais em duas, três, quatro partidas. Os pontos corridos premiam a melhor média e acabam com as tradicionais injustiças. O resto é pra inglês ver. Pode ser a hora de rever tudo isso. É preciso mexer em alguma coisa. Torneios regionais? Talvez. O fim definitivo dos estaduais? Não necessariamente. Mas é preciso criar algo novo, profissional e responsável. Os tempos são outros, o mundo mudou e é preciso renovar. A boa e velha rivalidade que enche os estádios e faz os clubes ganharem dinheiro depende de tudo, menos dos Estaduais. Barcelona e Real Madrid fazem o mais rico e empolgante clássico do futebol mundial na atualidade. E na Espanha eles nem sabem o que é um campeonato estadual.

ReviraviraVolta Redonda

A torcida do Fluminense viu o time ganhar a Taça Rio e pensou que tinha um bom time. Não tem. A do Volta Redonda viu uma bela virada no Maracanã e acredita que já está com uma mão na taça. Não está. Tudo pode acontecer na final do Carioca. Nivelados por baixo, os dois finalistas prometem fazer um jogo interessante no domingo, apesar de sem brilhantismo técnico. Camisa não ganha jogo, hoje em dia. Ainda mais no Carioca. Vai valer como curiosidade e como chance de mais uma avaliação: ainda existe salvação para o futebol do Rio?

Matriz 1 x 1 Filial

A torcida do Cruzeiro, que estava rindo muito por ter deixado o Galo em caldo de pinto no quarto lugar do Campeonato Mineiro e se dizer campeã e vice (já que o Ipatinga tem 17 jogadores cruzeirenses), quase perde o rebolado. Mas dificilmente deixa de comemorar o tricampeonato mineiro. Seria algo quase catastrófico: em pleno Mineirão, jogando contra o Ipatinga, o Cruzeiro perder o campeonato para sua filial. A gente costuma queimar a língua, de vez em quando. Mas, em Minas, vai ficar tudo azul. Tenho certeza.

Até quando?

Tevez tem tudo para se tornar ídolo eterno dos corintianos. Tem raça, garra e estrela. Feio de doer, dá gosto de ver jogar. Ele e Robinho são os dois melhores em atividade no Brasil, hoje em dia. Mas, e depois que eles se forem?

Espanha: Barcelona soluça de novo

No duelo de Ronaldos, se deu melhor o grávido. O Barcelona que se cuide. Se tropeçar mais uma vez, pode perder um campeonato ganho. A goleada do Real mostra que não se brinca com gente grande.

A Brasileirinha

Daiane dos Santos, de novo, arrepiou o Brasil. Ouro em São Paulo, levou muita gente às lágrimas. Não dá para esquecer Diego Hipólito e a garra mostrada ao tentar competir machucado. O Brasil anda precisando de ídolos. A ginástica artística está mostrando que pode nos dar alguns.

Guga de Volta

Por falar em ídolos, Guga está de volta. Depois de Ronaldo e seu fenômeno de recuperação, não dá para dizer que Guga nunca mais será o número 1. Para mim, tanto faz. Ele já fez o que tinha de fazer. Que, pelo menos, jogue bem e se divirta, agora.

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