segunda-feira, maio 02, 2005

O País dos Desbocados

O Dicionário do Palavrão e Termos Afins, de Mário Souto Maior, lista mais de três mil palavrões em língua portuguesa. Segundo o autor, na França são cerca de nove mil e em alemão quase dez mil. Na verdade, em todas as línguas eles existem aos milhares. Há quem considere que o palavrão auxilia no alívio das tensões e previne o infarto do miocárdio. Cacilda Becker, uma das grandes damas do teatro, dizia: "Quando o palavrão vem dentro do espetáculo e atende às necessidades de esclarecimento do público, faz parte da obra de arte”. Jorge Amado é um dos que mais usa o palavrão em sua obra, e dizem que os motoristas de táxi são os que mais os utilizam. Porém, e sempre há um porém, o palavrão pode ser considerado contravenção. Dito em local público, pode ser enquadrado no Código Penal. Claro, um exagero. Sim, mas e daí? Daí que é impressionante como, no Brasil, estão umbilicalmente ligados o palavrão e o esporte. Não há um só jogo, de futebol, de basquete, de vôlei, em que não se veja, clara e limpidamente, os jogadores se xingando, xingando a digníssima genitora do juiz, a torcida e sabe lá mais quem. No último domingo, o excelente Nalbert, em sua, teoricamente, última partida no vôlei, inaugurou um novo tipo de agradecimento: ajoelhado, uniu as mãos em direção ao teto do ginásio, ou melhor, aos céus, e soltou: “Pqp, meu Deus, obrigado”. Não podemos esquecer de Dunga, imortalizado ao levantar a Copa de 94 enquanto desferia uma saraivada de impropérios a não sei quem. É curioso perceber que hoje, se não se diz mais palavrões do que antes nas quadras e campos, as câmeras os trazem, queiramos ou não, para dentro de casa. Se não há por que, numa atitude puritanista, hipócrita e inócua, condenar o palavrão visto que todo mundo, se não o diz, ao menos o pensa, não há porque deixar de refletir sobre esse costume. Atletas são exemplos e têm uma enorme responsabilidade como ídolos. Não dá mesmo para tentar passar alguns bons exemplos em lugar dos palavrões? Porque, depois, o presidente manda a gente levantar o traseiro e a gente fica achando falta de educação.

Botafogo, já candidato?

A maior surpresa até agora, no Brasileirão, é o Botafogo. De carta previamente fora do baralho, já há quem o coloque como favorito. Duas rodadas, duas vitórias incontestáveis, uma delas contra o poderoso Kiarinthians. Cedo? Pode ser. Mas é bom a concorrência ficar de olho. O time vem jogando bem e acumulando pontos importantes. Se segurar a onda, vira candidato.


Dinheiro na mão é vendaval

Com toda a grana da MSI, o Corinthians não decola. Claro que o full-contact de Tevez e Marquinhos criou clima ruim, mas isso não é desculpa. Um ponto em duas partidas é resultado horroroso para qualquer time, ainda mais com os líderes abrindo 5 de vantagem. De novo, o que todo mundo já sabe: futebol se ganha dentro do campo. O resto é especulação.

Cadê a torcida?

Deve haver um outro jeito melhor de punir um time do que fechar os portões de um estádio. Futebol só existe com gente gritando na arquibancada. Uma punição dessas pune não só um, mas os dois times. Ô, povinho, viu?

Santos ainda o melhor

O Santos parece ser o único que ainda é realmente favorito, ate porque vem jogando bem e fazendo jus às expectativas. Fluminense e Botafogo vão indo bem, Cruzeiro e Atlético-MG ainda precisam fazer mais. Internacional, São Paulo, Corinthians têm de reagir se sonham com algo. O resto, até agora, não mostra ter força. Faltam 40 rodadas.

Ferrari em campanha pela segurança

Rubens Barrichelo e Michael Schumacher participam, dia 5, de uma campanha pela segurança no Trânsito, na Espanha. “Pense antes de dirigir” é o tema. Bacana. Provavelmente, vai mostrar Rubinho andando devagar.

Guga: 110º lugar no ranking

Guga perdeu para Tim Henman na estréia, no Masters de Roma. O brasileiro ainda luta para voltar a ser o nosso velho Guga. Mas, pelo visto, está difícil. Se é que tem jeito.

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